A noite de Blasted Mechanism e Da Weasel começou mais cedo do que o habitual para muitos que ainda não tinham bilhete. Nos autocarros que levavam centenas de pessoas para o Parque da Cidade já se ouviam vozes e se viam trajes de vários cantos do país.

Os sons elecrónicos e “insectívoros” dos Blasted Mechanism “uma banda sobre música, mas que gosta de dar espectáculo às pessoas”, como os próprios definiram ao JPN, abriram a noite.

“A banda é, na sua génese, rock, mas foi mudando com a entrada e saída de elementos do grupo”. E hoje “a componente elecrónica é grande. O importante é que a electrónica é tocada por pessoas; não é uma banda que tem electrónica!”, contam os elementos do grupo autor de “Avatara”. Este disco já vendeu 13 mil exemplares desde Fevereiro, quando foi lançado, avançaram os membros do grupo. Um número que representa o dobro do alcançado com o último álbum.

A tradicional “quinta-feira dos Xutos” ficou este ano entregue a duas bandas muito nacionais, com sensivelmente a mesma idade (uma década), mas com estilos muito diferentes.

O Queimódromo foi ao rubro com a actuação e interacção com a imensidão de gente por parte dos Da Weasel. Tudo “na boa” ao som de clássicos da banda, mas também com as “Re-definições” deste grupo. Os temas “Re-tratamento” e “Força” deixaram a assistência extasiada com o ritmo, cor e vida que emanava o palco.

A “doninha”, que recentemente foi premiada pelo canal de música MTV como melhor artista português, diz que o prémio serviu para “abrir os media mais conservadores à banda”. Três festivais de Verão esperam a actuação dos Da Weasel, mas a banda não quis revelar quais.

Em tempo de “Re-definições” o grupo que canta “Olá Nina…” não arrisca uma definição da sua música. “Se cada um de nós tivesse que definir a nossa música, iriamos ter seis definições diferentes.”, dizem.

À espera

À porta do queimódromo, centenas de pessoas ainda esperavam por um bilhete para a noite de quinta-feira da Queima, mesmo quando os concertos já estavam a decorrer. Já não eram as cartolas e os pólos das faculdades que predominavam, mas antes caras espectantes e muito novas. Adolescentes e graúdos de fora da esfera da universidade pareciam constituir a grande “massa” do público da noite.

Os acessos ao recinto entupiram e atrasaram a entrada de milhares de pessoas. Na noite de ontem, o Queimódromo foi visitado por cerca de 70 mil pessoas.

Letícia Amorim