Entre a Rua do Campo Alegre e a Marginal do Rio Douro, com uma vista de postal e rodeado por condomínios de luxo, encontra-se escondido o bairro do Aleixo, um dos bairros de habitação social mais problemáticos da cidade do Porto. Propriedade da Câmara Municipal, o Aleixo nasceu há quase 40 anos. As construções começaram em 1968, com a primeira das cinco torres que constituem, actualmente, o bairro, cada uma das quais com 13 pisos e 64 habitações.
A população desta comunidade é socialmente desfavorecida, coexistindo inúmeros factores sociais de risco. Os níveis de escolaridade muito baixos aliados à fraca qualificação profissional, ao que se junta os números dos desempregados e as famílias numerosas que convivem diariamente com o problema da toxicodependência.
Os olhares curiosos e de espanto de quem vê estranhos a chegar à sua casa carimbam uma visita ao Aleixo. Somos encaminhados para a cave da Torre D e depois de passar pelo infantário, chegamos à sede da Associação de Promoção Social da População do Bairro do Aleixo (APSPBA). Uma sala pequena, contígua ao infantário, mas que alberga o peso de um trabalho desenvolvido ao longo de 30 anos em prol da comunidade.
Fundada inicialmente como uma comissão de moradores, a APSPBA desenvolve o seu trabalho em torno de três eixos principais: o infantário, o centro de convívio da terceira idade e as actividades de tempos livres.
“A nossa missão tem sido, ao longo destes anos, o desenvolvimento de acções de segurança social vocacionadas para a protecção à infância, à juventude e à terceira idade, e a gestão dos equipamentos sociais dirigidos a esses grupos”, explica a presidente da direcção da APSPBA, Maria Rosa Teixeira, mais conhecida como “Rosa do Aleixo“.
A associação depara-se com vários problemas financeiros. “Rosa do Aleixo” aponta o dedo aos que considera serem os responsáveis pelo estado de degradação do bairro, não só em termos de infra-estruturas, mas também a nível social: Rui Rio e a Câmara Municipal do Porto.
