Uma faculdade de Jornalismo e Ciências da Comunicação, uma televisão universitária, instalações num futuro Média Parque. Perguntas com uma resposta muito incerta.

Temos um jornal multimédia, já tivemos um jornal impresso. Para quando outros meios?

Neste momento, estamos a desenvolver esforços para tentarmos, não só constituir uma rádio, mas também uma televisão. Houve uma proposta da universidade de, numa primeira fase, pôr uma hora de conteúdos sobre a assuntos relacionados com a universidade em ecrãns de plasma distribuídos pelas catorze faculdades.
Havia outras propostas até do mundo privado que já nos contactou para participarmos na divulgação de conteúdos relacionados com desporto universitário. A semana passada tive uma reunião com essa empresa que está interessada em colaborar connosco, primeiro com o portal [JPN] e depois com conteúdos de televisão relacionados com o desporto universitário. Neste momento, estamos a estudar essas propostas. Temos já um docente aqui da casa que vai apresentar uma grelha daquilo que pode vir a ser um canal da UP. É um projecto que nós achamos que faz todo o sentido e que é urgente avançar com ele. É evidente que o grande problema disso é o financiamento.

Mas quem iria financiar um projecto de uma televisão universitária?

Não sei. A reitoria em parceria com empresas… Depois de definirmos aquilo que queremos é preciso arranjar financiamento, que é sempre a parte mais difícil.

O projecto do Média Parque é para seguir em frente?

As negociações já começaram há uns meses. Àquilo que nos foi pedido foi dada resposta. Isto tem avanços e recuos. Nós também não podemos estar, e isto é uma opinião pessoal, eternamente à espera que aconteça. É um projecto interessante, porque era muito importante para nós que estivessemos num sector relacionado com ciências da comunicação, onde está a televisão e outras grandes empresas. Passávamos a ter uma capacidade muito maior do que poderemos vir a ter com instalações próprias construídas para o efeito noutro ponto qualquer da cidade. Mas não depende só de nós e até pode acontecer que as verbas sejam tão elevadas para participarmos nisto que a universidade não tenha capacidade para suportar isso. As negociações ainda estão numa fase muito inicial.

Que projectos existem para o futuro do curso?

A questão das instalações é um objectivo face ao qual não podemos baixar os braços, seja no Média Parque ou em instalações novas. É muito urgente e fundamental para a licenciatura. Outro aspecto que também considero fundamental é a qualificação do corpo docente. Em termos de estudo, considero que, em limites mais longínquos, seria muito interessante um relacionamento das ciências da comunicação com as ciências da informação e, eventualmente, com a museologia. São áreas que têm pontos comuns e estão mais ou menos enquadradas e poderão até vir a dar origem a uma unidade orgânica ou até a uma escola dentro da Universidade do Porto. Pode ser uma via original para a criação de uma escola que não tem paralelo aqui em Portugal.
Nós queremos ser um dos melhores cursos desta área no país, e pretendemos até alguma internacionalização, esses são os nossos grandes objectivos, mas temos que ter meios para alcançar isso.

Que erros não cometeria de novo e que sonhos tem?

Não haverá nada que considere um erro. Mas claro que existem coisas que têm que ser melhoradas. Poderíamos ter apostado mais na contratação de um corpo docente com mais qualificação, ter apostado na contratação de mais doutores. O curso teria uma dinâmica diferente. Claro que é um aspecto que custa muito dinheiro. Mas não vejo erros graves.

A autonomia é um sonho?

Acho que sim. Não vejo que seja muito difícil, à parte das dificuldades financeiras e talvez não seja boa altura para o lançamento de um projecto desses. Acho que temos capacidade e possibilidade de num futuro próximo ou longínquo e até em coordenação com outras áreas próximas, que também tenham esse projecto. Podemos coordenar esforços e temos muitas hipóteses de virmos a ser uma escola, uma unidade orgânica ou uma faculdade.

Consigo à frente?

Eu estou aqui de passagem. Ninguém é eterno ou insubstituível. A mudança é sempre positiva. Estou a trabalhar e gosto muito de estar aqui, aliás gosto muito deste contacto com gente de outras faculdades. Mas as pessoas não são eternas.

Milene Câmara