Rui Rio reagiu hoje, sexta-feira, à queixa-crime interposta quarta-feira pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) ao autarca portuense, ao presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Gestão de Obras Públicas (GOP), Vitorino Ferreira, e ao empreiteiro da obra do túnel de Ceuta.

“A senhora ministra pode mover a queixa que entender porque a mim não me vai atemorizar e também não atemoriza a GOP”, declarou aos jornalistas. O presidente da Câmara do Porto não hesitou mesmo em afirmar que “a obra vai continuar”. E adiantou que “hoje mesmo” iria “comunicar ao primeiro-ministro a queixa-crime”.

Na sua óptica, os problemas apresentados pelo IPPAR só terão solução com a conclusão da obra. O Executivo camarário adianta que “é mais útil concluir a obra do que ter uma solução provisória”.

Segundo Rio, a ministra da Cultura “quer que ali [túnel de Ceuta] permaneça o caos”. A ministra da Cultura foi, aliás, o alvo preferencial de Rio durante toda a conferência. Mais do que as queixas-crime do IPPAR, Rui Rio condena Isabel Pires de Lima. O autarca do PSD comentou a ausência da ministra da Cultura na 75ª Feira do Livro do Porto: “Ela deve ter imensa dificuldade em olhar-me nos olhos”.

Para além da missiva enviada a Vitorino Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Gestão de Obras Públicas, que anunciava a queixa-crime movida pelo IPPAR, o instituto público comunicou também ao responsável da obra, Vitorino Ferreira, que a obra atenta contra a segurança dos portuenses e avançou com a necessidade de tapar o buraco à porta do Hospital de Santo António e de encontrar solução para a conduta de água que abastece a zona da Boavista que, neste momento, se encontra a céu aberto.

As queixas-crime movidas pelo IPPAR prendem-se com o facto de, segundo se lê na carta enviada ao responsável da GOP, as autoridades competentes terem manifestado um claro “desrespeito pelo embargo da obra do Túnel de Ceuta”.

Mariana Teixeira Santos
Foto: Euro2004