O Dia Mundial Sem Tabaco é assinalado em todo o país através de várias iniciativas. Conselho de Prevenção do Tabagismo sublinha importância do dia.

Celebra-se hoje o Dia Mundial Sem Tabaco. Um pouco por todo o mundo são levadas a cabo várias iniciativas contra o vício. Em Portugal, o Conselho de Prevenção do Tabagismo associa-se à efeméride com um seminário com profissionais de saúde contra o tabaco, em colaboração com a Escola Nacional de Saúde Pública.

“O objectivo é sensibilizar o público em geral e a comunicação social para o problema”, afirma o presidente do Conselho de Prevenção do Tabagismo, Manuel Pais Clemente. O director do serviço de otorrinolaringologia do Hospital de S. João, no Porto, acrescenta que a iniciativa passa também por “sensibilizar os próprios profissionais de saúde para o problema”, mas principalmente “sensibilizar a população que fuma e ajudar esses doentes a deixarem de fumar”.

Problema de saúde pública

Pais Clemente sublinha que o tabagismo é um “problema de saúde pública”. Para o otorrinolaringologista é fundamental “a prevenção”. “Não é fácil deixar de fumar. É muito difícil. É por isso que digo que a melhor forma de deixar de fumar é nunca começar”, defende o médico. Manuel Pais Clemente sublinha esta ideia, porque diz que “o tabaco, hoje em dia, é porta de entrada para outras drogas”.

Por ser um problema de saúde pública, Pais Clemente acredita que “em breve será proibido fumar em locais públicos, como já acontece noutros países europeus”. O médico defende que as pessoas têm “direito a um ambiente de trabalho saudável”.

O presidente do Conselho de Prevenção do Tabagismo que o processo de proibição de fumar em locais públicos se vai processar em duas fases. “Penso que numa primeira fase se deveria reservar um local para fumadores, com uma boa ventilação e numa segunda fase passar-se para uma proibição total de fumar nos locais de trabalho, porque é lá que as pessoas passam a maior parte da sua vida e por isso têm direito a um ambiente saudável “, defende.

O que falta fazer

“Julgo que é fundamental uma legislação adequada, que possa levar à prática do que temos vindo a discutir”, defende Pais Clemente. O director do serviço de otorrinolaringologia do Hospital de S. João fala de outros dois caminhos que ainda falta percorrer. “É necessário ter também em conta os jovens e os profissionais de saúde nas acções que se forem tomando e depois é preciso sensibilizar os pais, o agregado familiar, para que o número de fumadores em Portugal vá gradualmente descendo”, defende o médico.

Andreia Ferreira
Foto: OMS