A polémica estalou com as declarações de João Jardim feitas ontem à noite, na sua chegada ao aeroporto do Funchal. “Há aqui uns bastardos na comunicação social do continente, e eu digo bastardos para não ter de lhes chamar filhos da puta, mas há uns bastardos na comunicação social do continente que aproveitaram este ensejo para desabafar o ódio que têm sobre a minha pessoa. Não lhes basta mentir sobre a Madeira e a minha pessoa”, disse João Jardim.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ), Alfredo Maia, afirmou à agência Lusa que os jornalistas já sabiam “que o presidente do governo regional da Madeira se porta como um inimputável a coberto das suas imunidades, mas nunca tinha levado tão longe as suas tácticas de arruaça”. O presidente do SJ sublinha que Alberto João Jardim terá ultrapassado desta vez os limites, motivo pelo qual “o chefe de Estado não pode ficar indiferente”.

O SJ classifica de “gravemente ofensivo para os jornalistas e muito preocupante em democracia” a conduta do responsável pelo governo regional da Madeira, razão pela qual vai “estudar a forma de conduzir o protesto” ao comportamento de Alberto João Jardim.

Pedido de desculpas

“Não é com atitudes inqualificáveis como esta que [João Jardim] vai intimidar os jornalistas e impedi-los de exercer a sua missão de informar”. Para o presidente do SJ, também o presidente do PSD, Luís Marques Mendes, “não pode ficar alheio” às declarações do presidente do governo regional da Madeira.

“O mínimo que podemos exigir é um pedido de desculpas públicas aos jornalistas, aos madeirenses e aos portugueses e exigir que se comporte com a elevação e a dignidade que os cargos que exerce exigem e com a educação que uma pessoa de bem deve ter”, concluiu Alfredo Maia.

Pedro Sales Dias
Foto: Expresso