Mais de meia centena de desenhos feitos por Rafael Bordallo Pinheiro estão patentes nas instalações do Museu Nacional de Imprensa, no Porto. Os desenhos foram feitos para publicações como “António Maria”, “A Paródia”, “Lanterna Mágica”, “O Comércio do Porto Illustrado” e “Pontos nos iis”.

Mas a exposição do caricaturista não se fica só pelo museu. Vários espaços públicos de Porto e de Gaia vão receber desenhos dos discípulos do inventor do Zé Povinho, ícone do ser português. O restaurante Chez Lapin, na Ribeira, o Café Progresso, no Largo Moinho do Vento, a Livraria Lello, as estações de S. Bento e Campanhã, e o Boganicafé, no Cais de Gaia, são alguns desses locais.

A par da exposição do Museu Nacional de Imprensa, os CTT vão apresentar nas instalações do museu uma emissão filatélica especial dedicada aos “Caricaturistas Portugueses”. A colecção junta nomes da caricatura portuguesa como Sebastião Sanhudo, Celso Hermínio, Leal da Câmara, Francisco Valença, Stuart Carvalhais e João Abel Manta.

Estas iniciativas integram-se na evocação do centenário da morte de Rafael Bordallo Pinheiro (1846-1905), que se comemora este ano. O Museu Nacional de Imprensa tem vindo a promover o aniversário da morte do caricaturista desde Janeiro com o mote “Bordallo Pinheiro: um génio sem fronteiras”.

Bordallo Pinheiro: símbolo do jornalismo apaixonado

A figura do Zé Povinho foi criada há 130 anos nas páginas de um dos primeiros jornais de Bordallo, o “Lanterna Mágica”. Surgiu pela primeira vez a 12 de Junho de 1875. Foi recriado por Bordallo Pinheiro durante quase trinta anos. Depois da morte do jornalista, os seus discípulos deram continuidade ao Zé Povinho de várias formas e estilos.

Bordallo Pinheiro ficou inscrito na história da imprensa como um símbolo do jornalismo apaixonado, como alguém que está sempre do lado dos que não têm voz nem poder.

Andreia Ferreira
Foto: DR