O ministro de Estado e das Finanças, Luís Campos e Cunha, afirmou hoje, quinta-feira, no Parlamento que “terminou o tempo das hesitações e dos truques contabilísticos” no combate ao défice orçamental.

Durante o debate parlamentar do Pacto de Estabilidade e Crescimento, Campos e Cunha defendeu a redução da despesa pública e o aumento dos impostos.

O ministro destacou ainda a importância de uma despesa pública equilibrada e sustentável, porque “o Estado tem que pagar o que gasta”.

A estratégia de combate ao défice passa ainda por cinco pontos fundamentais: reforço da adminsitração pública e da gestão dos recursos humanos, promoção de uma segurança social sustentável, melhoria da qualidade da despesa pública, simplificação e moralização do sistema fiscal e realização de privatizações.

Oposição não acredita nos 260 mil novos postos de trabalho

Luís Campos e Cunha prevê um aumento de 260 mil postos de trabalho, para os próximos quatro anos. Uma posição fortemente contestada pela oposição.

Miguel Frasquilhe, da bancada do PSD, acusou o Executivo de “falta de rigor nas estimativas” e afirmou que “o melhor que o Governo pode fazer ainda assim vai ficar aquém do que os governos CDS-PSD fizeram nos últimos anos”. A oposição sublinhou ainda que não acredita que a taxa de desemprego vá decair.

Apesar do pessimismo dos social-democratas, tecnicamente, a economia portuguesa já não se encontra em crise. Segundo os últimos dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o primeiro trimestre de 2005 registou um crescimento positivo na ordem dos 0,2%.

Salomé Pinto da Silva
Foto: AR