Os maus tratos a presos por terrorismo no Reino Unido foram divulgados hoje, quinta-feira, pelo Comité Europeu para a Prevenção da Tortura (CPT) e vêm na sequência da nova legislação anti-terrorista do Reino Unido.

O documento analisa o impacto que as condições das prisões têm sobre a saúde dos presos. O CPT, que pertence ao Conselho da Europa, fez visitas em Março de 2004 e Fevereiro de 2002 a várias prisões de Belmarsh e Woodhill e a um hospital psiquiátrico de segurança máxima.

O relatório revela que, nas visitas do Comité a Belmarsh, muitos detidos denunciaram ser vítimas de racismo por causa da sua fé islâmica. O CPT acrescenta que os presos se viam impedidos de praticar os seus rituais religiosos.

O relatório afirma que muitos dos presos estavam em mau estado de saúde psíquica e alguns em mau estado físico. O CPT conclui que em alguns destes casos “a situação pode ser considerada como pertencente a um tratamento desumano e humilhante”.

Governo britânico rejeita conclusões do CPT

O governo britânico rejeitou todas as conclusões do relatório. O Executivo de Tony Blair nega que os indivíduos que estiveram presos foram tratados com humanidade e garante que os presos, no âmbito da lei de 2001, sempre tiveram os cuidados médicos e psicológicos apropriados.

A lei de 2001 foi declarada ilegal pela Convenção Europeia de Direitos Humanos, o que levou à libertação em Março dos últimos detidos. A lei foi substituída por outra que permite a prisão domiciliária de suspeitos de terrorismo.

Andreia Ferreira
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