Quem passou hoje de manhã pelo Hospital de S. João pôde ver que o trânsito nas duas novas vias exclusivas para viaturas de emergência e funcionários e utentes do hospital corria com fluência. As únicas paragens aconteciam quando algum peão atravessava as vias, sempre que não havia nenhuma ambulância a querer dirigir-se às urgências.

A criação de duas vias exclusivas de acesso para ambulâncias e funcionários e utentes do hospital tem como objectivo “garantir um melhor acesso das viaturas de emergência de e para o Hospital de S. João e para diminuir o imapacte das obras do Metro do Porto no trânsito local”, segundo o Plano de Contingência do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

s_joao_45anos_2.jpgA abertura das vias coincide com a data do 45º aniversário do Hospital de S. João. A assinalar o dia, várias faixas cobriam as paredes do edifício. Nelas podem ler-se frases como “Nos seus 45 anos, o Hospital de S. João está de luto” ou “Enterre o metro antes que o metro o enterre a si”, numa clara alusão às polémicas obras do metro do Porto no local.

PSP e INEM aplaudem

A Divisão de Trânsito da PSP do Porto aplaude a solução encontrada. “Em relação à passagem das ambulâncias, fica garantida a sua circulação”, disse ao JPN Neves Sousa, chefe da Divisão de Trânsito da PSP da cidade, presente no local. “Até agora [10h00], não houve qualquer ambulância que tenha tido dificuldade em passar aqui”, acrescenta.

Neves Sousa acredita que amanhã, quinta-feira, a fluidez do trânsito em frente ao hospital seja ainda maior. “É natural que a fluidez de trânsito aqui no hospital ainda aumente mais amanhã, porque hoje ainda estamos a permitir que viaturas que se dirijam à Rua Coronel Almeida Valente e que não se dirijam ao hospital, passem aqui, embora não seja permitido. Mas a partir de amanhã já não vamos permitir, por isso é natural que o trânsito se vá complicar mais na Circunvalação”, afirma.

O INEM é da mesma opinião. “Neste momento é cedo para tirar conclusões. Estamos a monitorizar de perto o que diz respeito às nossas viaturas e, para já, está a correr bem. Portanto, a informação destas poucas horas de experiência diz que a solução encontrada está a correr bem”, afirma o Delegado Regional do INEM do Norte, Miguel Oliveira.

O médico acredita que o doente em situação de emergência “transportado em serviços prioritários consegue chegar ao serviço de urgência sem atrasos”. Miguel Oliveira não crê ser necessária a criação de mais vias de acesso ao hospital, como tinha defendido, ontem, terça-feira, Romero Bandeiras ao jornal “O Comércio do Porto”, embora ressalve não saber a que é que o colega se estava a referir.

Apesar de defender que as duas vias exclusivas para ambulâncias e funcionários e utentes do hospital são suficientes para garantir um acesso rápido às urgências do hospital, o Delegado Regional do INEM do Norte lembra que ainda “há potencial de crescimento nos corredores de emergência, principalmente na zona em frente ao hospital”.

Miguel Oliveira afirma que a PSP também tem um papel fundamental em caso de “catástrofe”. A própria autoridade policial pode, em situação de catástrofe, utilizar as vias da Circunvalação que entender necessárias para garantir o acesso à urgência, em sintonia com o INEM”, afirma o Delegado Regional do INEM.

Texto e fotos: Andreia Ferreira