O hino da Internacional Socialista e o Hino Nacional foram entoados pelos milhares de pessoas na última homenagem ao líder histórico do PCP.

“A vida tem fim, mas a luta continua”, lia-se num cartaz. “PCP, PCP” e “A luta continua” foram os gritos entoados pelas ruas que ligam o Centro Vitória ao cemitério do Alto de S. João, onde Álvaro Cunhal vai ser sepultado.

Milhares de bandeiras do PCP e cravos carregadas pelas pessoas que acompanharam a pé o corpo de Álvaro Cunhal, desde a Praça do Chile até ao cemitério.

A cerimónia realizou-se sem qualquer discurso, de acordo com a vontade expressa por Cunhal.

Nas últimas horas em que o corpo esteve em câmara ardente, passaram pela sede do PCP personalidades como os antigos Presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares.

Eanes recordou Álvaro Cunhal como “um homem de ideal e que seguiu sempre esse ideal com uma grande coerência, honestidade e lealdade” e lembrou o “indiscutível papel que ele teve na oposição ao regime de Salazar”.

A primeira-dama, Maria José Ritta, Luís Marques Guedes e Nuno Melo, líderes parlamentares do PSD e PP, e os dirigentes socialistas Almeida Santos, Alberto Martins e Manuel Maria Carrilho deslocaram-se também ao Centro de Trabalho Vitória.

Os restos mortais do mítico líder comunista português, falecido na madrugada de segunda-feira, aos 91 anos, vão ser cremados.

Letícia Amorim
Foto: PCP