Quatro meses e muitas discussões depois, a polémica em volta da linha do metro em frente ao Hospital de S. João terminou. A Linha Amarela que vai ligar Santo Ovídeo, em Gaia, e o Hospital de S. João, no Porto, vai terminar antes do acesso à urgência da unidade de saúde.

A recomendação foi dada ontem pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Vitorino. “Face à recente evolução das obras e dos estudos envolvidos (…) solicitei: (…) A suspensão de todas as obras na frente e na nascente do Hospital de S. João, excepto as necessárias para facilitar o acesso à Alameda Professor Hernâni Monteiro a partir da rua Roberto Frias”, pode ler-se no despacho do Governo.

A Metro do Porto terá agora também que repôr todo o pavimento na zona para lá da entrada principal. Durante a tarde de ontem, o presidente da administração da Metro, Valentim Loureiro, garantiu que vai acatar o pedido e construir a linha do metro “mais a poente”.

A secretaria de Estado recomendou também à Metro que estude o traçado e a extensão da Linha Amarela até à Maia.

Polémica sem vencedores nem vencidos

enterrar_metro.jpgHá quatro meses foi criada uma comissão ad-hoc encabeçada pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) que defendia o enterramento do metro em frente ao Hospital de S. João. A comissão era constituída por utentes, médicos e outros profissionais de saúde, doentes, estudantes e professores da zona.

Agora a solução encontrada não passa pelo enterramento do metro em frente à unidade de saúde, mas também não dá uma vitória à Metro do Porto. A obra vai parar antes do acesso às urgências do hospital e será estudada a viabilidade de continuar a obra até à Maia.

Faculdade anula providência cautelar

Face ao compromisso da Metro do Porto não avançar com as obras da Linha Amarela em frente às urgências do Hospital de S. João, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) retirou ontem a providência cautelar, interposta com o objectivo de parar as obras.

Um novo processo pode, contudo, surgir. A FMUP vai agora estudar a possibilidade de instaurar um processo à Metro do Porto pela invasão de terrenos privados da instituição sem autorização. Os carris já estão colocados em cima dos dois terrenos em causa.

Texto e fotos: Andreia Ferreira