Quarenta anos depois, o Circuito da Boavista vai voltar a conhecer o som dos motores. A primeira concentração e desfile de carros antigos da cidade deste sábado antecede o Grande Prémio Histórico do Porto, a decorrer entre os dias 8 e 10 de Julho.

O vereador do Desporto da Câmara Municipal do Porto (CMP), Paulo Cutileiro, disse, quinta-feira, que estão inscritos 1.506 carros, número que excedeu as expectativas da organização. Muitos dos carros vêm da Galiza, fruto da forte divulgação que a autarquia e o Clube Português de Automóveis Antigos (CPAA) fizeram naquela zona de Espanha.

António Cardoso Lima afirmou que o evento é o maior do género em Portugal e um dos maiores da Europa. Entre as relíquias com quatro rodas, há Buick de 1908, Ford de 1912, Austin 1931 e Rolls Royce de 1932.

O presidente do CPAA salienta o crescimento recente do coleccionismo destes automóveis. “Os jovens querem conservar os carros que eram dos pais, como os Fiat 127 e os Datsun 1200”, observou, referindo a importância da reabertura do Circuito da Boavista na “divulgação do interesse e conservação de automóveis antigos”.

Percurso

O desfile começa às 15h00, depois da concentração nos carros no “paddock” técnico (no recinto da Queima das Fitas), de partem os carros.

O percurso, com quatro quilómetros, tem a mesma traça e os pontos mais significativos do Circuito da Boavista do início dos anos 60: os carros saem do “paddock”, seguem pela marginal, junto ao mar, até à rotunda do Castelo do Queijo, sobem a Avenida da Boavista e seguem pela Avenida do Parque e Rua da Vilarinha.

As bancadas do Circuito, com capacidade para 17.500 espectadores, ainda não estão acabadas e, por isso, o desfile pode ser visto do “peão” (lugares em pé). No Grande Prémio, haverá bilhetes pagos para a bancada, mas a zona do “peão”, com capacidade superior a 120 mil pessoas, é gratuita.

Paulo Cutileiro salienta o carácter “popular” do evento. “Não é para elites”, justifica, contrariando a ideia de que o coleccionismo de carros antigos é um mundo exclusivo dos mais ricos.

A organização aconselha os espectadores a usarem o metro e os transportes colectivos já que vários acessos vão ser fechados.

Texto e fotos: Pedro Rios