De acordo com a Scotland Yard, as buscas foram feitas no âmbito das investigações aos atentados que, na passada quinta-feira, atingiram o centro de Londres, e resultam da aplicação da lei anti-terrorista do Reino Unido.

As detenções foram feitas em Yorkshire, depois das buscas levadas a cabo pelas autoridades nas zonas de Leeds (norte de Inglaterra) e Luton. A operação foi desencadeada pelas suspeitas levantadas pela análise de vídeos de vigilância, através dos quais as autoridades identificaram quatro suspeitos. Um dos bombistas terá morrido na explosão do autocarro número 30, em Tavistock Square, revelou esta tarde a polícia britânica.

Em Leeds, a polícia levou a cabo uma explosão controlada para ter acesso a uma habitação suspeita. As autoridades procuraram material explosivo, entre outros.

Em Luton, as forças de segurança fizeram rebentar um carro que alegadamente teria sido usado nos ataques de quinta-feira. Entretanto, a estação daquela localidade, no norte de Londres, foi encerrada.

Estas operações têm lugar no dia em que o chefe da Scotland Yard, Ian Blair, alerta para a possibilidade de haver mais atentados no Reino Unido. “Outro ataque é provável. Não há qualquer dúvida disso. Quando, ninguém sabe”, disse o responsável.

O inspector Miles Himsworth adiantou que a operação foi coordenada por especialistas da polícia de combate ao terrorismo, com a ajuda da Polícia de West Yorkshire e por uma unidade do Exército especializada em bombas.

Os últimos dados da investigação revelam que os engenhos que rebentaram na passada quinta-feira em Londres foram montados por uma única pessoa. No fabrico das bombas terão sido usados explosivos militares sofisticados e de alta qualidade, possivelmente introduzidos no Reino Unido através da região dos Balcãs. A informação é avançada pelo “The Times”, que refere que foram encontrados materiais semelhantes nos quatro locais onde se verificaram as explosões.

No domingo, o sub-comissário da Scotland Yard, Brian Paddick, já havia referido que as bombas usadas nos atentados foram feitas com um explosivo “muito potente”, afastando a hipótese de as mesmas serem de fabrico caseiro. A possibilidade de os explosivos serem de proveniência militar já suscitou a preocupação do chefe da polícia anti-terrorista francesa, Christophe Chaboud, que se deslocou a Londres para colaborar nas investigações.

Entretanto, já foi levantada a proibição feita pelos Estados Unidos aos seus militares, que os impedia de entrar em Londres por razões de segurança. A medida abrangia os cerca de 12 mil militares da Força Aérea dos EUA estacionados na Grã-Bretanha.

Durante a tarde de hoje, a televisão inglesa “Sky News” noticiou que as quatro explosões foram levadas a cabo por bombistas suicidas. A informação foi avançada antes da comunicação oficial da polícia, e baseava-se em fontes policiais não identificadas.

As autoridades britânicas não confirmaram tal informação, apontando apenas um terrorista morto nos atentados de quinta-feira passada.

Até ao momento foram identificadas cinco vítimas mortais dos atentados.

Ana Correia Costa