A análise é arriscada, especialmente quando os clubes ainda não cumpriram sequer um mês de trabalho. Mas a nova época futebolística portuguesa promete começar sob o signo da confiança e do optimismo nos três grandes. Depois de uma época 2004/05 atípica, os indícios sugerem que o desperdício de pontos dos candidatos ao título não vai ser desta vez tão elevado.

O Benfica apresenta-se como campeão e nem a troca de Trapattoni por Koeman no comando técnico parece ser encarada como algo de negativo. O plantel mantém-se com as suas principais figuras (apenas o caso Miguel está pendente) e o futebol apresentado até agora dá sinais de qualidade, com destaque para a vitória por 5-0 sobre o West Bromwich Albion. No entanto, a direcção do clube da Luz parece estar em dificuldades para conseguir reforços de peso, mesmo considerando que os já contratados Karyaka e Anderson já deram provas da sua utilidade.

No FC Porto, as mudanças foram quase radicais: entraram 14 novos jogadores e uma nova equipa técnica. Do plantel que foi campeão europeu há dois anos já resta muito pouco. A pré-temporada tem sido marcada pela acção de Co Adriaanse, cujas ideias de disciplina e de jogo técnico parecem estar a ser assimiladas com alguma facilidade. As novidades nas quais os adeptos depositam maiores esperanças vêm da Argentina e chamam-se Lisandro López e Lucho González.

O Sporting também mexeu pouco no plantel, tal como o Benfica: saídas de peso, só as de Enakarhire e Hugo Viana. De resto, as entradas de Deivid e Edson parecem contribuir para um maior poder de fogo do Leão, que continua num processo de rejuvenescimento (Pedro Barbosa e Rui Jorge não renovaram contrato) e de aposta nas camadas jovens (de que são agora exemplo Semedo e Varela). Resta saber até que ponto é que José Peseiro vai conseguir evitar a instabilidade exibicional que caracterizou a equipa na época passada.

João Pedro Barros
Foto: Getty Images