Objectivo é ultrapassar o impasse criado entre o grupo de fundadores privados e o Ministério da Cultura.

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Pedro Duarte, referiu à agência Lusa que “os fundadores privados entraram em ruptura com as condições propostas pelo Ministério da Cultura, que queria controlar o projecto todo e por isso pedimos a presença da ministra do em sede de comissão”.

Para o grupo de deputados do PSD do Círculo do Porto, este cenário poderá ser possível para se ultrapassar o impasse criado entre o grupo de fundadores privados e o Ministério da Cultura. Os privados não aceitam que o director artístico não responda perante o conselho de administração.

O líder da concelhia, Francisco Ramos, considera a posição do Ministério da Cultura “uma afronta à cidade”, acrescentando que o Governo pretende “destruir o modelo de gestão preparado” para a Casa da Música.

Ainda no rescaldo da polémica do Túnel de Ceuta, Francisco Ramos acusa Isabel Pires de Lima de não informar o presidente da Câmara Municipal do Porto, instituição accionista da Casa da Música.

A reacção social-democrata vem na sequência do comunicado do núcleo accionista privado da Casa da Música, que contesta o texto proposto pelo Ministério da Cultura.

Artur Santos Silva, representante das 18 empresas fundadoras, afirma que “o modelo organizacional e de funcionamento perfilhados pelo governo não asseguram os princípios reiteradamente defendidos pelas empresas convidadas para fundadores”.

O braço de ferro entre público e privado centra-se em duas questões: a integração imediata da Orquestra Nacional do Porto (ONP) na estrutura da instituição e o reforço de poderes executivos na pessoa do director artístico.

O secretário de estado da Cultura, Vieira de Carvalho, assume uma posição dúbia e desdramatiza o conflito: “O que está em causa é apenas um problema de hermenêutica: no que está escrito uns lêem uma coisa outros lêem outra. Talvez baste mudar umas vírgulas”, mas mantém-se inflexível quanto a cedências.

Diana Guerra
Luísa Fonseca
Rosa Carvalho
Joaquim Lopes