José Peseiro demitiu-se do Sporting, assumindo “o insucesso do futebol do Sporting sem inequívocos”. “Tudo aquilo que pudesse fazer em termos estratégicos é menor que as condições exteriores”, afirmou o ex-treinador do Sporting, na conferência de imprensa de hoje, terça-feira, à tarde, em Alvalade. O administrador da SAD leonina Paulo de Andrade também se demitiu.

Dias da Cunha não garantiu que exista novo treinador antes de domingo, dia do jogo do Sporting em Barcelos, frente ao Gil Vicente. “No Sporting não há nem haverá plano B. O Sporting não procurou treinador”, afirmou o presidente do clube.

Pedro Caixinha e Luís Martins assumem o comando técnico da equipa até haver novo treinador.

“Espero que a confiança seja restabelecida com a minha saída”, afirmou Peseiro. “Neste momento assumo o insucesso, sabendo que os jogadores vão dar a volta por cima. Gostaria que lhes dessem serenidade e dessem calma ao meu sucessor. Esta equipa precisa de confiança”.

José Peseiro pediu a demissão no final do jogo com a Académica e reiterou o pedido na segunda-feira.

“Foi um orgulho grande ser treinador do Sporting. Não consegui títulos. Peço desculpa a todos e em especial ao presidente pelo facto de a equipa não ter ganho tanto, mas também me lembro dos momentos de grande qualidade que demonstrámos em Portugal e na Europa”, recordou.

Dias da Cunha afirmou que era um “dia muito triste para o Sporting” e sublinhou que Peseiro sai contra a sua vontade, voltando a acusar a comunicação social de ser “transmissora” de um “trabalho maléfico”, sem precisar quem está por trás dessa alegada campanha.

“Se o Sporting fosse meu, podem crer que o professor Peseiro não saíria com o meu consentimento”, disse, sublinhando que o técnico que agora sai trouxe “estabilidade” e “competência” para o clube de Alvalade.

O presidente aceitou a demissão de Peseiro para “aliviar a pressão” e referiu que foi forçado e violentado a aceitar as saídas de Peseiro e de Paulo de Andrade, administrador da SAD.

Paulo de Andrade também sai

O administrador da SAD, Paulo de Andrade, também sai e fez críticas ao clima que se gerou em torno da equipa.

“O clima [em torno do Sporting] ultrapassou em muito o que poderia imaginar”, afirmou. Sem concretizar, o administrador disse que a “difamação chegou ao ponto máximo”, referindo-se às notícias de hoje que afirmam que teria pedido uma indemnização para sair do Sporting. “É um ultraje, um nojo, dizer que pedi indemnização para sair”, disse.

Dias da Cunha também sustentou que “é uma tremenda falsidade falar em questões financeiras como podendo estar atrás das decisões comunicadas. É difamação, é mentira”. E reforçou: “Qualquer destes dois profissionais colocou o lugar nas minhas mãos e disse que se desse a entender que o momento tinha chegado, isso seria sem consequências financeiras para o Sporting”.

Pedro Rios
Foto: UEFA