Portugal ocupa o 18º lugar entre os 25 Estados membros da União Europeia (UE), encontrando-se no lote dos países com taxas de inovação em recuperação face ao grupo da frente, que inclui a Suécia, Finlândia, Suíça (não membro da União), Alemanha e Dinamarca.

Apesar do desempenho “fraco”, Portugal encontra-se no grupo de países em recuperação e “com potencial”, ao lado da Eslovénia, Hungria, República Checa, Lituânia, Letónia, Grécia, Chipre e Malta.

“Portugal e Espanha têm um desempenho preocupante que pode vir a dar problemas a longo prazo, se não houver qualquer alteração”, afirmou hoje, quinta-feira, o director de Inovação da Direcção-geral da Indústria, David White, na conferência de imprensa de apresentação do “Ranking Europeu da Inovação“, em Bruxelas. Isto porque “um desempenho económico sustentável só será possível com um desempenho significativo na inovação”, justificou.

“Em geral, o desempenho da inovação em Portugal está abaixo da média. A pior performance é ao nível da educação da população, embora a tendência seja positiva”, lê-se no documento da Comissão Europeia.

O estudo indica que Ciência e Engenharia são áreas com poucos graduados portugueses. A educação da população, a penetração da banda larga, a participação da população em acções de aprendizagem ao longo da vida e a conclusão dos estudos secundários entre os jovens são indicadores que apresentam níveis baixos.

Estónia, Espanha, Bulgária, Polónia, Eslováquia, Roménia e Turquia são países a “perder terreno” em termos de inovação. França, Luxemburgo, Irlanda, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Áustria, Noruega, Itália e Islândia formam o conjunto de países com “performance média”.

Fosso EUA-Europa mantém-se

A Europa continua atrás dos Estados Unidos (EUA) em termos de inovação e vê países como a China e a Índia a tornarem-se rapidamente centros de inovação. Já frente ao Japão o fosso tem vindo a crescer.

A este ritmo, diz o documento, o fosso entre Europa e EUA não vai diminuir em breve, já que se tem mantido estável, apesar dos objectivos traçados na Estratégia de Lisboa, adoptada em 2000 e que pretende fazer da economia europeia a mais competitiva do mundo em 2010, através da aposta no conhecimento e na inovação. Segundo o estudo divulgado hoje pela Comissão Europeia, a UE investe menos um terço que os norte-americanos em investigação científica.

O “ranking” teve em conta cinco dimensões da inovação: criação de conhecimentos, motores da inovação, espírito empreendedor, novas aplicações e propriedade intelectual. Estes aspectos foram avaliados nos 25 Estados membros da UE, bem como na Bulgária, Roménia, Turquia, Islândia, Noruega, Suíça, Estados Unidos e Japão.

Pedro Rios
c/ Lusa
Foto: SXC