O estado de saúde do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, que sofreu uma hemorragia cerebral maciça no passado dia 4, é crítico, informou hoje, sexta-feira, a rádio pública israelita.

“A situação é preocupante, muito preocupante. É mesmo alarmante”, sublinha a rádio, acrescentando que “se aproxima a hora da verdade”, citando fontes médicas do Hospital Hadassah, onde se encontra internado o fundador do recém criado partido de centro israelita Kadima.

Sharon, que foi hoje submetido a novo exame neurológico para avaliar as consequências do acidente vascular cerebral, não dá sinais de recuperar a consciência, apesar de os médicos terem começado a reduzir os sedativos progressivamente desde a passada segunda-feira.

“Após as análises feitas pelos médicos, quanto mais tempo passa – se ele permanecer inconsciente, se não apresentar nenhum sinal revelador de que está a ponto de despertar, se não abrir os olhos e se não estiver capaz de reconhecer nada à sua volta – as hipóteses de um homem da idade de Ariel Sharon viver de novo uma vida normal são muito reduzidas”, referiu, ainda, a rádio israelita.

“Se não houver sinais de melhoras, será preciso um milagre para que Sharon saia do seu coma profundo e possa viver de forma mais ou menos normal”, acrescentou.

Ontem, porém, os médicos anunciavam progressos no estado de saúde do primeiro-ministro: “mexe-se cada vez mais, apesar de continuar sob anestesia. Pouco a pouco dará sinais a indicar que recupera, mas não se pode esperar que recupere rapidamente”, explicou, então, o neurocirurgião que dirige a equipa médica responsável pelo acompanhamento de Sharon, Felix Umansky.

O primeiro-ministro israelita encontrava-se há nove dias em coma profundo induzido, de forma a diminuir a pressão sanguínea no interior do crânio.

JPN
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