O Governo expressou hoje, terça-feira, o seu desacordo com a publicação dos “cartoons” no jornal dinamarquês “Jyllands-Posten”. “Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos”, afirma o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, em comunicado, que pensa que o episódio “incita a uma inaceitável ‘guerra de religiões'”.

“A liberdade de expressão, como aliás todas as liberdades, tem como principal limite o dever de respeitar as liberdades e direitos dos outros”, diz Freitas do Amaral, na mesma nota de imprensa.

“Entre essas outras liberdades e direitos a respeitar está, manifestamente, a liberdade religiosa – que compreende o direito de ter ou não ter religião e, tendo religião, o direito de ver respeitados os símbolos fundamentais da religião que se professa”.

O ministro defende que crentes têm direito a que os “símbolos e figuras” da sua religião “sejam respeitados”. “Para os católicos esses símbolos são as figuras de Cristo e da sua Mãe, a Virgem Maria. Para os muçulmanos um dos principais símbolos é a figura do Profeta Maomé”, diz. “A liberdade sem limites não é liberdade, mas licenciosidade”, conclui.

JPN
Foto: ONU