O simpósio “Lymph Nodes 40 years later”, que decorre amanhã, sexta-feira, no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IMBC), no Porto, vai relembrar a importância do trabalho desenvolvido por Maria de Sousa na década de 60 e reflectir sobre o panorama actual da investigação na área da imunologia.

A cientista portuguesa esteve ligada à descoberta de que linfócitos diferentes têm áreas de localização diferentes nos gânglios linfáticos.

Maria de Sousa afirmou ao JPN que recebeu a notícia de que ia ser homenageada com “alguma emoção, porque a ciência faz-se pelo conhecimento e não para se ser lembrado”.

Maria de Sousa trabalhava sob a direcção de Delphine Parrot nos Laboratórios de Biologia Experimental do Imperial Cancer Research Fund, em Mill Hill, Inglaterra, quando fez as suas descobertas sobre a distribuição dos linfócitos T (na foto) nos orgãos linfóides de mamíferos.

Os linfócitos T são uma importante peça no sistema imunológico porque são responsáveis pela diferenciação entre o que pertence ao próprio corpo e o que lhe é estranho (invasores como germes ou microrganismos).

A investigação de Maria de Sousa veio redefinir a compreensão que se tinha da estrutura básica do sistema imunológico e contribui para a patologia dos linfomas. “O facto de ter sobrevivido 40 anos” revela a importância da investigação, afirma Maria de Sousa.

O simpósio de amanhã encontra-se dividido em duas partes. A primeira começa as 9h30 com oradores estrangeiros que vêm explicar “como as coisas acontecem”, segundo a cientista. Na segunda parte, vão participar alguns ex-alunos de Maria de Sousa.

O simpósio resulta de uma parceria do IBMC, da Universidade do Porto, com o GABBA, programa doutoral fundado por Maria de Sousa, e a American Portuguese Biomedical Research Fund. Não é necessária a inscrição para assistir a este evento.

Tatiana Palhares
Foto: DR