A comissão parlamentar italiana, que investigou a tentativa de assassinato do Papa João Paulo II, afirma que líderes da União Soviética (URSS) estiveram envolvidos na tentativa de assassinato do Sumo Pontífice por Mehmet Ali Agca a 13 de Maio de 1981.

A comissão foi inicialmente constituida com o objectivo de analisar a penetração do KGB em Itália durante a Guerra Fria e investigou o envolvimento dos serviços secretos soviéticos na tentativa de assassinato do Papa. A acusação não é nova, mas num julgamento em 1986, a hipótese foi posta de lado por falta de provas.

Segundo o relatório preliminar da comissão italiana, a tentativa de assassinato de Karol Wojtyla está directamente relacionada com a participação do pontífice nos acontecimentos que levaram à queda do Muro de Berlim e viriam a resultar no fim dos regimes comunistas no leste da Europa. Agca terá agido a mando dos serviços secretos búlgaros, coordenados pelo KGB, com o objectivo de eliminar João Paulo II.

Segundo a comissão parlamentar, o relatório, ainda preliminar, foi baseado nas provas apresentadas nos julgamentos em Itália e em informações fornecidas pelo juíz Jean-Louis Bruguiere. O documento vai ser entregue no final do mês no Parlamento italiano.

Mehmet Ali Agca sai em liberdade em 2010.

Inês Castanheira
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