Foi o primeiro homem do futebol a vencer o Campeonato do Mundo na condição de jogador e de treinador. Actualmente é o coordenador técnico da selecção brasileira de futebol. Aos 74 anos, Mário Zagallo é uma das lendas vivas do futebol mundial.

O “professor”, como é conhecido no meio futebolístico, é o convidado de honra das comemorações dos 30 anos da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

A presença de Zagallo na cidade do Porto decorre ao longo desta semana. Hoje, quarta-feira, falou com os alunos numa “conversa informal” e na sexta-feira vai estar presente na defesa de uma tese de doutoramento a ele dedicada. “Vencer é muito bom. Vocês têm que lutar para vencer nas vossas vidas”, afirmou.

Durante mais de uma hora, Zagallo conversou com os alunos da Faculdade de Desporto, abordando os anos de ouro enquanto jogador, a altura em que orientou a selecção canarinha e também algumas questões “dificeís”, como a lesão de Ronaldo no Mundial de 1998.

“O Ronaldo apresentou-se em boa forma e pronto para jogar, sem qualquer veto por parte do departamento médico” no dia em que sofreu convulsões graves antes da hora do jogo, afirmou Zagallo. “Se o colocasse no banco e o Brasil perdesse por 3-0 todos cairiam em cima do Zagallo”.

O coordenador técnico da selecção brasileira aponta o Brasil como uma “fábrica de jogadores de futebol” e destaca Pelé e Garrincha como os melhores de todos os tempos. “Maradona era excepcional, mas Pelé e Garrincha estão num nível superior”, afirmou o “professor”, que jogou com os dois atletas.

A homenagem da Faculdade de Desporto a Mário Zagallo termina na sexta-feira, com a apresentação da tese de doutoramento de Jayme Valente, docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que tem por título “Mário Jorge Lobo Zagallo: Entre o Sagrado e o Profano”.

Ricardo Bastos
Foto: DR