A Comissão Europeia (CE) apresentou hoje, quarta-feira, o “Livro Verde” sobre política energética. Este documento tem como objectivo criar uma politica comum aos 25 Estados-membros no âmbito da energia.

O presidente da CE, Durão Barroso, em conferência de imprensa, referiu-se ao “Livro Verde” como uma prioridade dentro da “estratégia europeia para uma energia sustentável, competitiva e segura”. E vincou que existem todas as condições (dimensão europeia e instrumentos legais) para que este projecto avance. Tudo dependerá da “vontade política” demonstrada pelos chefes de Estado e de Governo, afirmou.

Embora acredite que a resposta será positiva, já que este projecto foi pedido à Comissão, no Verão passado em Hampton Court, Durão Barroso anunciou que irá questionar os governantes acerca da importância da assinatura deste documento, já nos próximos dias 23 e 24 aquando da Cimeira da Primavera.

Lembrando a crise energética que a Europa vive, nomeadamente a crise do gás que opôs recentemente a Rússia e a Ucrânia, Durão Barroso sublinhou que “todo o tipo de nacionalismos devem ser esquecidos em função de uma estratégia comum que substitua as 25 políticas diferentes e descoordenadas”.

A UE possui um forte potencial no domínio das energias renováveis mas explora-as de forma desigual e insuficiente. A isto acrescem as várias dificuldades que a UE está a travessar ao nível de abastecimento de energia, desde a subida do preço do petróleo à instabilidade politica sentida em alguns países tradicionalmente fornecedores da UE.

Durão Barroso reforçou a convicção de que a Europa deve tentar criar as suas próprias fontes de energia. Para o presidente da CE, é preciso tirar “o máximo partido do nosso mercado único” e evitar a dispersão por “25 mini-blocos”.

A proposta de “Livro Verde” hoje apresentada exige que todos os países comunitários reflictam e contribuam com ideias. O livro já contém 20 propostas de novas acções concretas.

Paula Teixeira
Foto: UE