A FNAC foi ontem, terça-feira, à noite, palco de “Conversas sobre as drogas e o cérebro”. O Laboratório IBMC/INEB (Instituto de Biologia Molecular e Celular/Instituto de Engenharia Biomédica) adere mais uma vez às iniciativas comemorativas da Semana Internacional do cérebro em parceria com a Escola Superior Artística do Porto (ESAP).

Esta foi a primeira de três conversas com convidados de áreas distintas, medicina, psiquiatria e sociologia. Na “Conversa do mal”, foram debatidos os aspectos nefastos do uso de drogas e das suas consequências a nível fisiológico, psicológico e social.

Amélia Ferreira Tavares explicou o uso de drogas a nível fisiológico enquadrando-o na sua perspectiva de estudo, a investigação experimental com animais. Segundo a médica, “a toxicodependência é uma doença crónica do substrato do cérebro”.

Amélia Tavares sublinha ainda que um ex-toxicodependente quando é exposto a determinados sinais está mais vulnerável que uma pessoa normal.

O professor Marques Teixeira explicou o seu método de estudo através do registo de ondas cerebrais. Concluiu que um toxicodependente que não consome drogas há quatro/cinco meses quando exposto a emoções de natureza negativa, não tem um desempenho normal das funções cognitivas.
Marques Teixeira defende que as estratégias de reabilitação têm que ser alteradas de acordo com os novos estudos que estão a ser desenvolvidos.

Maria da Luz Azevedo disse que o consumo de drogas por adolescentes se faz, em grande parte das vezes, numa esfera de aceitação grupal e social e em locais públicos como bares e discotecas. No entanto, ressalvou que “a maioria da população não consome drogas” e que “nem todos os que consomem drogas pela primeira vez se tornam dependentes delas”.

As conversas sobre “as drogas e o cérebro” continuam hoje e sábado, dia 18, com a “Conversa de hoje” e a “Conversa do bem”, respectivamente.

Raquel Rego
Foto: Rita Pinheiro Braga