O furto de telemóveis é o tipo de crime que acontece com mais frequência aos jovens no Porto. As imediações das discotecas e dos estabelecimentos de ensino, nomeadamente faculdades, são os locais mais escolhidos para esse tipo de crime. Os momentos do dia são cruciais: final da tarde, quando os jovens estão a sair das aulas, e durante a madrugada, quando saem das discotecas.

As faculdades do pólo São João (Asprela) são as mais afectadas e, por isso, as mais policiadas. “O pólo da Asprela é o que tem maior policiamento, porque é também onde, segundo as denúncias que recebemos, ocorre mais esse tipo de crime”, diz o comissário Marco Teixeira, do departamento de Investigação Criminal do Comando Metropolitano da PSP do Porto.

Os telemóveis mais caros são os preferidos dos assaltantes. “O que é que potencia este tipo de crime? É o lucro”, diz Marco Teixeira. “Quanto mais caro for um telemóvel, mais facilmente ele é comercializado”, acrescenta.

PSP diz que denúncia é fundamental

Sem denúncias é mais difícil reaver os bens roubados. “Há taxas de criminalidade que não são denunciadas”, diz. E explica porquê: “Se há contacto da vítima com o assaltante, menor é a probabilidade de denúncia. Se não há contacto, marcará menos as pessoas e maior é essa probabilidade”

Diana Cardoso sabe que sim. Esta estudante estava com mais três amigos quando foi assaltada à saída de uma discoteca. Queria apresentar denúncia na PSP, mas os amigos não. Apenas um telemóvel foi roubado, mas a experiência marcou-os. “Passamos dias sem sair de casa”, conta.

Atenta a este fenómeno, a PSP Porto diz que apenas consegue actuar com base nas denúncias que recebe, de forma a iniciar um processo de investigação e dirigir esforços de policiamento para os locais e as alturas do dia que apresentam uma maior ocorrência desses crimes.

Não exibir telemóveis, evitar os locais da cidade de maior risco e as horas mais tardias são as formas de prevenção da criminalidade que a PSP aponta como estando ao alcance de qualquer um.

Ana Sofia Coelho
Foto: SXC