O novo líder distrital do PSD no Porto, Agostinho Branquinho, quer ajudar a “preparar o partido para as legislativas de 2009”. O deputado critica a forma “hostil” como o Governo tem tratado o distrito do Porto e quer que o seu mandato fomente a criação de um importante centro de decisão política.

“A paralisação das obras do Metro e redução dos fundos provenientes do PIDDAC [Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central] demonstram a forma como a região tem sido tratada pelo poder central”, alerta o líder distrital.

Ao JPN, o responsável social-democrata aponta a regionalização como tema central na tabela de prioridades do mandato. “A distrital vai convidar os partidos e instituições da região a reflectirem sobre o tema”, afirma.

A questão do desemprego também está no horizonte político do político. O responsável avisa que mais de 250 mil desempregados estão entre Porto e Braga e promete um mandato “sensível às questões sociais”.

Branquinho partiu para as eleições na distrital como candidato único. O ex-vice-presidente da distrital, liderada por Marco António Costa, contou com o importante apoio de Luís Filipe Menezes no processo de ascensão culminado nas eleições de 11 de Março.

O novo responsável distrital do PSD admite que os dois anos de mandato vão ser marcados por um novo ciclo político. Recusa comparações com a liderança de Marco António Costa mas diz que os cinco actos eleitorais nos últimos quatro anos não facilitaram a tarefa do antigo presidente. Sem eleições previstas até 2009, o partido vai poder “trabalhar com mais tranquilidade e até lançar um ambicioso programa de formação de quadros no PSD para que os intervenientes do partido estejam preparados para todos os desafios”.

Uma lista composta, entre outros, pelo ex-vice presidente da câmara do Porto, Paulo Morais, e o antigo ministro Carlos Brito, chegou a equacionar uma candidatura à distrital. No entanto, optaram por não entrar na corrida à liderança e lançaram críticas à forma e momento em que o acto eleitoral decorreu.

Agostinho Branquinho adianta que as eleições foram convocadas com 40 dias de antecedência e “respeitaram todas as regras estatutárias do partido”. O deputado não percebe as críticas e acrescenta que tudo não passa de “folclore politico, mau perder, incapacidade de actuação politica e excessiva exposição mediática natural nestas ocasiões”.

Longo percurso no aparelho “laranja”

Antigo administrador da Casa da Música, Agostinho Branquinho tem um longo percurso no PSD, que começou desde cedo na “juventude ‘laranja'”. Licenciado em História, o deputado foi presidente da Comissão Política distrital do Porto da Juventude Social Democrata. Mais tarde, a sua carreira partidária contou com uma passagem pela a Comissão Política da distrital do Porto e pelo Conselho Nacional do partido.

Importante aliado de Rui Rio aquando da eleição do actual presidente da Câmara da “Invicta”, Branquinho foi nomeado para o Conselho Directivo do Teatro de Campo Alegre e esteve no grupo de trabalho de criação do Media Parque previsto para o Monte da Virgem.

Ivo Adão
Foto: CMP