O ano lectivo está acabar mas o pior ainda está para vir. É assim que pensam os alunos do 12º ano que querem tirar um curso superior. Para alguns é uma obsessão, para outros é algo banal, mas o certo é que todos têm que passar nos exames para tirar o curso que ambicionam.

Antes apenas os alunos de 12º ano faziam exames nacionais mas este ano também os estudantes do 10º e 11º anos estão sujeitos a estes testes. Todos os alunos que não querem seguir o ensino superior podem optar por um curso tecnológico sem ter que fazer os exames nacionais.

Há também mudanças a nível de conteúdo. Os programas das disciplinas de Biologia e Química foram alterados e consequentemente os seus exames.

Manuel Filipe, membro do Departamento de Exames da Escola Diogo de Macedo do Porto, garante que os professores estão perfeitamente preparados para leccionar estes novos programas.

No entanto, os alunos não parecem muito satisfeitos com estas medidas. Andreia Mota, estudante do 12º ano, reconhece que os programas são mais interessantes e actuais mas confessa também que são bastante mais difíceis.

Outra mudança é a realização, pela primeira vez, de testes de matemática a nível nacional. A matemática é uma disciplina considerada difícil pela maior parte dos alunos e os testes nacionais não foram bem aceites pela sociedade estudantil, como os resultados comprovam.

Para o professor Manuel Filipe, estes testes não prejudicam directamente os alunos. O responsável critica apenas os “critérios exageradíssimos da elite de Lisboa” aos quais os alunos, a nível geral, não estão adaptados.

A reforma na educação veio aumentar o já normal receio dos exames. Uma vez que os programas são novos e os exames também, não há, como refere Andreia Mota, “exames anteriores que possam ser consultados. Há apenas uma prova modelo que pode dar uma ideia do que vai ser o exame”.

Raquel Rego
Foto: SXC