A sessão de hoje, terça-feira, do julgamento do “Caso Vanessa” estava marcada para o depoimento de cinco testemunhas arroladas no processo, mas acabaram por faltar duas, tendo-se assim ouvido apenas duas vizinhas, Susana Fernandes e Luísa Alves e uma farmacêutica, Salvina Costa.

Susana disse ter falado com Aurora, avó de Vanessa, duas vezes na semana anterior à morte da menina. Da primeira vez porque Aurora lhe pediu Atarax (anti-histamínico que provoca sonolência) para Vanessa, pois a menina não conseguia dormir. Da segunda vez, no sábado anterior à morte da menina, segundo Susana, a criança afirmou de forma espontânea que tinha sido ela própria a queimar-se. Susana referiu ainda que Vanessa era uma criança “fechada” e pouco alegre.

Luísa disse ter conhecido Vanessa apenas dois meses antes da sua morte, considerando-a uma “criança com um olhar um bocado triste” e que estava “sempre parada” ao lado da avó. Luísa disse ainda que, uma vez, no café, a criança se queixou de uma queimadura no pulso, “já com crosta”, ao que a avó respondeu que Vanessa se tinha queimado no ferro “mas que já estava a tratar”.

Por sua vez a farmacêutica Salvina Costa disse conhecer Aurora mas afirmou que quem se dirigiu à farmácia para comprar compressas e ligaduras na semana de 26 a 29 de Abril foi um “senhor jovem” que não era cliente da farmácia e que pediu o recibo em nome de Aurora Pinto, recibo que consta no processo. “Tenho certeza absoluta que não foi a esta senhora que vendi”, assegurou a farmacêutica.

No final da audiência o advogado de Paulo, Carlos Duarte, considerou o testemunho de Susana “fundamental” visto que se trata de uma “pessoa desinteressada na questão”. Segundo o advogado, este testemunho “veio pôr por terra a teoria de que teria sido o pai a efectuar as queimaduras”.

A próxima sessão de audiência está marcada para o dia 18 Abril às 9h30 no Tribunal São João Novo, no Porto.

Paula Coutinho