A indústria automóvel está a falhar na redução de CO2 produzido por viatura, alerta a Quercus, e tem até 2008 para conseguir cumprir a promessa de combate às alterações climáticas feita pela Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA).

Os construtores automóveis europeus venderam durante o ano passado carros que produzem em média 160 gramas de dióxido de carbono por quilómetro e precisam agora de “uma taxa de melhoria sem precedentes de 4,3% ao ano” para corresponderem ao compromisso feito à Comissão Europeia, diz a associação ambientalista em comunicado.

A ACEA assumiu em 1998, perante a Comissão Europeia, o compromisso de atingir uma média de emissões para os automóveis novos de 140 gramas de CO2, uma redução que “resultará em gastos de combustível 25% menores” e significaria “uma poupança de mil euros para um automóvel médio ao longo de três anos”, diz a Quercus.

Portugal é o país europeu “em que a média das emissões de dióxido de carbono associada a veículos novos é menor”. Mas, em termos de redução das emissões de 2004 para 2005 e comparativamente a outros quinze países da União Europeia, Portugal ocupa o décimo lugar na lista, com apenas cerca de 1% de redução de emissão de CO2.

Este aparente contraste, “tem uma explicação”, explica, ao JPN, Francisco Ferreira da Quercus: “os portugueses preferem veículos geralmente mais pequenos, mais baratos, com uma cilindrada menor, que vão consumir menos. É uma situação que o nosso próprio sistema fiscal acaba por favorecer”.

No entanto, o “que podia ser considerada uma vantagem ambiental é depois compensada negativamente pelo facto de nós andarmos muito mais quilómetros de carro do que outros países”.

Para a Quercus melhorar a eficiência é um factor chave no combate às alterações climáticas. A organização ambientalista chama a atenção para “todas as possibilidades que existem de veículos mais eficientes e que têm um custo que compensa o investimento”.

Inês Castanheira
Foto: SXC