A venda de medicamentos com descontos pode ser uma realidade ainda este ano, adianta a edição de hoje, sexta-feira, do “Diário Económico”.

Esta é uma das medidas a ser apresentadas pelo Governo até ao mês de Junho e que respeita grande parte das recomendações feitas pela Alta Autoridade da Concorrência. O que não se sabe ainda é de que forma os descontos vão ser aplicados – se sobre o valor a que o medicamento é vendido, se sobre o preço máximo do medicamento.

Mas o que parece uma boa medida para doentes e consumidores nem sempre é bem visto pelos farmacêuticos. Margarida Oliveira, da Farmácia da Corujeira, no Porto, não concorda com a prática dos descontos. “O mais razoável seria baixar o preço do medicamento”, diz.

Alargamento do horário das farmácias

O aumento do número de horas de funcionamento das farmácias é bem visto aos olhos dos utentes e dos farmacêuticos já que vai proporcionar maior comodidade para os consumidores e maior eficiência no serviço.

Ana Nogueira, da Farmácia Barreira, no Porto, ilustra a importância deste tipo de medidas: “se sair da urgência de um hospital não tenho que me dirigir à outra ponta da cidade para comprar os medicamentos”.

Venda de medicamentos pela Internet

A venda de medicamentos, com ou sem receita médica, tem sido muito discutida quer pelo Governo, como pelas Ordens dos Médicos e Farmacêuticos, e também pelos próprios doentes e compradores. Vários países como a Holanda, Reino Unido e Alemanha já utilizam este sistema mas em Portugal a venda de medicamentos “online” ainda é proibida.

O INFARMED – Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento adverte no seu “site” que “em Portugal a venda de medicamentos através da Internet, sejam eles sujeitos ou não a receita médica, é ilegal, dado que só podem ser vendidos em farmácias e, no caso de medicamentos não sujeitos a receita médica, também nos locais de venda registados para o efeito”.

Também a Ordem dos Farmacêuticos alerta que quem comprar medicamentos por esta via, “para além de estar a contornar a legislação nacional, segundo a qual só na farmácia se podem adquirir medicamentos”, arrisca-se a um “tratamento de choque porque muitas das substâncias são contrafeitas e não têm garantia de qualidade, pelo que o doente dificilmente saberá se recebe o que encomendou”.

No entanto, a venda de medicamentos na Internet já é viável em muitos países e pode vir a ser implementada gradualmente em Portugal a partir do próximo Verão.

Raquel Rego
Foto: Arquivo JPN