A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) convocou para o início da tarde de hoje, sexta-feira, uma concentração no edifício da Voz Do Operário, em Lisboa, para apresentar uma moção reivindicativa que vai ser entregue ao Ministro da Administração Interna.

Passados 17 anos sobre a manifestação que ficou conhecida como “Secos e Molhados”, os profissionais da polícia voltam a fazer as mesmas reivindicações. Para Paulo Rodrigues, presidente da ASPP/PSP durante estes 17 anos, “os vários governos menosprezaram a Polícia de Segurança Pública”.

As más condições das esquadras e a falta de meios são alguns dos problemas que se arrastam há já vários anos e que preocupam os polícias. Paulo Rodrigues refere que a actuação e as promessas do ministro da Administração Interna são um “floreado político para tentar ludibriar a realidade”.

A acção de hoje serve para alertar o ministro e a sociedade para o que a ASPP/PSP considera ser as condições precárias de trabalho da polícia face ao aumento dos crimes violento e organizado.

O Sindicato dos Profissionais da Policia assinala o dia de hoje com uma pequena exposição de fotografias alusivas ao 21 de Abril de 1989. Em seguida, vai ser aprovada uma moção reivindicativa e depois os polícias desfilam até à Praça do Comércio para aí a entregarem ao ministro da Administração Interna.

Em declarações ao JPN, Paulo Rodrigues adianta que a exigência do direito à greve é apenas o resultado da má política de diálogo levada a cabo pelos governos ao longo dos anos.

Da moção consta também a necessidade de melhores esquadras, viaturas e recursos humanos. O pagamento das horas extraordinárias e do subsídio de risco, prometido desde 1992, é outra das condições essenciais, refere o presidente da ASPP/PSP.

Paulo Rodrigues afirma que estão já previstas outras formas de luta caso o ministro da Administração Interna não dê sinais de mudança de política. “As preocupações vão ser apresentadas ao Conselho Europeu de Sindicatos de Policia no dia 30 Abril e no dia 1 de Maio no Comité que se realiza na Alemanha”, acrescenta.

Ana Rita Basto