595 militares saíram à rua na capital de Timor Leste para protestar contra a discriminação étnica dentro das forças policiais, afirma o proprietário do “Jornal Nacional Semanário” de Timor, Jorge Serrano, ao JPN. A Lusa avança com a notícia de que as manifestações desta tarde (manhã em Portugal) provocaram dois mortos e 28 feridos, nenhum deles português.

Jorge Serrano disse ao JPN que a manifestação está “90% controlada” pela polícia, resistindo apenas protestantes em alguns bairros.

Os manifestantes são sobretudo da zona Oeste de Timor, enclave timorense na parte indonésia da ilha. Os militares dizem que são discriminados na progressão das carreiras em relação aos militares do outro lado da ilha.

Hoje, sexta-feira, foi o final do prazo de cinco dias que os protestantes tinham dado ao Governo para resolver esta questão. Entre os protestos pedia-se a criação de uma comissão de inquérito para apurar se há ou não discriminação nas forças militares.

Jorge Serrano afirmou que ontem houve uma reunião entre Presidente da República, Xanana Gusmão, o primeiro-ministro e o presidente do Parlamento para formar a Comissão de Inquérito, mas como a manifestação já estava agendada, alguns militares saíram na mesma às ruas de Díli e foram protestar junto ao Palácio do Governo.

“Foi uma manifestação de pequena dimensão. O governo está a controlar a situação, através do Ministério do Interior e da polícia e acredito que amanhã já haja uma solução para este problema”, afirmou Jorge Serrano.

“A população em geral está calma, mas não aceita esta situação e pede para que a situação das forças militares seja resolvida”, disse.

A Lusa avançou com a notícia de que duas pessoas foram alvejadas e outras 28 foram feridas. Também foram queimados carros e destruídos vidros de lojas.

Tatiana Palhares