A Rua do Almada deve o seu nome ao governador geral da província e da cidade do Porto João Manuel de Almada e Melo, enviado para a cidade no início do século XVIII, pelo Marquês de Pombal, com a incumbência de reprimir a Revolta dos Taberneiros.

Como explicou ao JPN o historiador do Porto Germano Silva, “João de Almada e Melo tomou a iniciativa de renovar cidade, de a abrir para fora das muralhas e depois abrir a rua [do Almada], que na altura se chamava Rua das Hortas, dando-lhe continuidade até à Praça da República”.

As obras naquela que se tornaria uma das primeiras grandes artérias da cidade começaram em meados do século XVIII. A rua seria, por um lado, o centro do comércio de ferrageiros, onde se comerciava tudo o que dissesse respeito a ferragens.

Por outro, tornar-se-ía uma das zonas aristocráticas do Porto, acolhendo, perto da Praça da Liberdade, as grandes famílias da cidade. Ana Plácido, a “amante querida” do escritor Camilo Castelo Branco, foi uma das célebres inquilinas da Rua do Almada.

Ainda hoje a rua conserva, segundo Germano Silva, “as mais bonitas fachadas oitocentistas do Porto”. O historiador vê com bons olhos a nova geração de comerciantes e moradores que vêm chegando ao Almada.

“É uma maneira de dinamizar a cidade, recuperar as casas que estavam muito degradadas. Há estabelecimentos curiosos, com mercadorias que se adaptam mais aos nossos tempos. É uma forma de manter viva aquela rua, caracteristicamente comercial”, considera Germano Silva.

Texto e foto: Andreia C. Faria