A Cooperativa do Povo Portuense vai inaugurar hoje, quinta-feira, uma nova clínica na Madalena, em Gaia. A população já começou a aderir à iniciativa e, mesmo antes de entrar em funcionamento, a clínica já conta com mais de 300 sócios.

São os preços baixos, inferiores aos praticados nos centros de saúde públicos, que atraem a população. As consultas de clínica geral e urgência custam dois euros e uma ida ao dentista pode ficar por 7,5 euros. Ao valor da consulta acresce uma mensalidade de dois euros para quem tem menos de 55 anos e um euro para os restantes. Nesta clínica, por 35 euros, também pode ter consultas de oftalmologia, podologia e psiquiatria.

O presidente da Cooperativa do Povo Portuense, José Mendonça, disse ao JPN que a instituição investiu mais de 100 mil euros na recuperação e apetrechamento do edifício escolhido para acolher esta infra-estrutura. No orçamento para a quarta clínica da instituição, está incluído o preço da aparelhagem para as consultas de oftalmologia (17 mil euros) e para as de dentista (12 mil).

O presidente da cooperativa explicou que os preços baixos praticados pela clínica devem-se ao facto de terem a colaborar com a instituição médicos reformados que prestam consultas gratuitamente, durante uma ou duas horas por semana. José Mendonça acrescenta ainda que os rendimentos da cooperativa são obtidos com o preço das consultas e com as quotas dos sócios, que, no total, ascendem aos 400 mil euros anuais, cerca de 80 mil contos.

A Cooperativa do Povo Portuense tem 22 mil sócios, dos quais 16 mil têm mais de 55 anos. “A nossa clínica está muito vocacionada para as pessoas da terceira idade”, afirma o presidente da cooperativa.

Mini-hospital

Os novos projectos da cooperativa incluem a construção de novas clínicas, uma em Ermesinde e outra na Trofa. Está também previsto a construção de um mini-hospital na zona do Monte da Virgem.

O mini-hospital deverá arrancar este ano, garante o presidente da Cooperativa do Povo Portuense. O terreno para a infra-estrutura foi doado à cooperativa pela Confraria do Monte da Virgem. Para além do mini-hospital, o terreno servirá também para a construção de dois lares de terceira idade, um ATL e espaços de lazer.

A cooperativa tem como área de acção o Grande Porto, mas não descarta a possibilidade de intervenção noutros locais. “Para já há muitas coisas no Porto e Grande Porto que queremos fazer e neste momento isso é o que nos interessa. De qualquer maneira, não fecharíamos a porta a um projecto mais ambicioso que saísse dessas fronteiras”, diz José Mendonça.

Tatiana Palhares
Foto: SXC