As salas de aula do futuro integrarão as tecnologias de informação e comunicação (TIC) com o trabalho pedagógico. O projecto Escola Interactiva foi apresentado hoje, quinta-feira, na Exponor, onde permanecerá em exposição até ao domingo.

O conceito passa pela rentabilização do espaço da sala de aula. Os computadores estão integrados nas próprias mesas, que por sua vez estão conectadas ao computador do professor e ao ecrã táctil da sala, tudo através de um sistema sem fios, baseado numa arquitectura de rede Ethernet.

O projecto Escola Interactiva prevê a instalação de dois mil computadores nos jardins-escola portugueses até ao final do ano, que contabilizariam um investimento de 25 mil euros por cada sala equipada com as TIC.

O objectivo é providenciar uma maior interactividade entre os alunos e professor, capaz de potenciar uma dinâmica de aprendizagem e criatividade que se reflectiria numa maior produtividade dos estudantes e controlo dos docentes. A colocação de dúvidas sem interrupção da aula e a aprendizagem ao ritmo de cada aluno são outras capacidades que o sistema possibilita e que teriam repercussão numa maior qualidade do ensino.

Rui Mesquita, professor de informática na escola secundária de Gondomar, presente na exposição, disse ao JPN que “esta é a escola do futuro. Os professores vão ter de se adaptar às novas tecnologias, até porque a maior parte dos alunos possui um computador pessoal em casa e o método tradicional de ensino já não os cativa”.

O professor, que realizou uma demontração do sistema com a sua turma no certame de hoje, considera que a maior interactividade proporcionada por este novo método lectivo terá um impacto directo no aproveitamento escolar dos alunos pelo “factor mais motivante, potenciador de melhores rendimentos, e pelo facto de ser um sistema dirigido às futuras gerações”.

Vitor Barbosa, o representante da empresa que patenteou este novo sistema de ensino, considera que estamos a presenciar uma revolução no método lectivo e salienta que já há perspectivas de implementação na União Europeia a curto prazo, não excluindo a hipótese de exportação para o resto do mundo.

Segundo Vitor Barbosa, o projecto, iniciado há cerca de dois anos, já foi proposto a várias autarquias e tem suscitado interesse por todo o país. O sistema tem sido implementado nos níveis pré-escolar e do 1º ciclo, “esperando-se que o Ministério da Educação avance também com concursos de introdução destas tecnologias nas escolas”. Objectivo: “equipararmo-nos a países como o Reino Unido e a Finlândia, que já usam equipamentos informáticos na sala de aula há alguns anos”.

Texto e foto: André Sá