Pensa que a questão da “balcanização” do PS-Porto está ultrapassada ou, pelo contrário, é no congresso de amanhã que vão surgir as pressões das várias facções do partido?

Acho que nunca houve uma “balcanização” do PS-Porto. Reconheço que em alguns momentos houve divisões internas, e criaram-se algumas sensibilidades internas. Um dos meus propósitos foi criar uma unidade dentro do PS no Porto, e julgo que, para já, até ao congresso, consegui essa unidade. Vou continuar a batalhar para a manter no congresso e no pós-congresso.

A criação do órgão consultivo do qual farão parte todos os ex-líderes da federação foi um compromisso eleitoral necessário para a união do partido?

Não. Foi uma ideia que tenho há muito tempo de que é preciso um órgão para que um conjunto de camaradas que prestaram um serviço relevante ao partido tenham uma voz sem ter necessidade de andar em disputas eleitorais.

Não foi uma forma de dar um lugar aos ex-líderes, mais concretamente a Narciso Miranda?

Não, para dar um lugar há muitas formas de o fazer. A ideia que tenho é a de respeitar todos aqueles que deram um importante contributo ao PS.

Como pretende chamar os independentes para o partido?

Queremos que a relação com os independentes seja mais perene e mais forte. Não pode ser só em momentos eleitorais que vamos chamar a sociedade civil. Por isso propus a criação de um fórum permanente que vai ter reuniões permanentes, onde se vão definir estratégias e propor e discutir políticas. Depois, há uma outra área que considero importante que é a participação dos independentes no próprio partido, nas comissões políticas onde podem ajudar o partido na hora da decisão.

Os independentes poderão ser a solução para que o PS recupere as autarquias que não conseguiu conquistar nas últimas eleições?

Não. Os independentes poderão ajudar o PS a reconquistar as autarquias. Para conquistar as autarquias é preciso que o PS protagonize as causas do cidadão, que o PS apresente propostas e que o PS construa um projecto alternativo.

Tatiana Palhares
Foto: Ana Sofia Coelho