Portugal está a ponderar uma resposta positiva ao pedido de Timor para o envio de elementos da GNR para o território. Apesar das limitações orçamentais para acções de cooperação internacionais, o Estado português “será solidário com Timor-Leste”, disse o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, aos jornalistas no final do Conselho de Ministros.

Segundo o ministro, o Governo está “a considerar esse pedido no quadro de consultas no âmbito das Nações Unidas e com uma predisposição favorável, tendo em conta os laços de amizade que ligam não apenas os dois Estados, mas também os dois povos”.

“Não há Governo nenhum que decida despesa sem ponderar os limites orçamentais. Mas os constrangimentos orçamentais não impediram no passado – e não impedirão também no futuro – que Portugal seja solidário com Timor-Leste”, declarou.

As declarações do ministro da Presidência vêm na sequência do pedido de envio de elementos da GNR para Timor-Leste feito por Ramos Horta ao Governo português.

Ontem, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Carneiro Jacinto, anunciou que Portugal só vai enviar elementos da GNR para Timor-Leste no âmbito de uma força da ONU.

Desde o dia 28 de Abril, Timor-Leste vive uma situação de instabilidade política. Aos protestos dos militares “peticionários” seguiu-se a fuga em massa da população da capital, Díli, para o interior do país.

Os EUA já decretaram a evacuação dos seus diplomatas no território e a Austrália aconselhou os seus cidadãos a saírem de Timor-Leste.

Inês Castanheira
Foto: Arquivo JPN