O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai hoje, sexta-feira, debater o prolongamento da missão da ONU em Timor-Leste por mais 30 dias, na sequência da instabilidade que o país atravessa.

A actual missão da ONU em território timorense, que termina a 19 de Maio, poderá ser prolongada. A proposta visa garantir a continuidade da presença da ONU em Timor-Leste e tem o aval do ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Ramos Horta.

A proposta de prolongar a presença da ONU em Timor-Leste foi feita pelos EUA, que rejeitam a hipótese levantada pelo secretário-geral da ONU de aprovar uma outra missão para o efeito. Já a Rússia, a China, o Reino Unido e França, os outros quatro países com direito a veto, concordam com a proposta de aprovar uma nova missão da ONU em Timor-Leste.

Portugal apoia Timor “em qualquer circunstância”

O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu ontem em Viena, durante a cimeira UE/América Latina, que Portugal está disponível para apoiar Timor-Leste “em qualquer circunstância”. As declarações do primeiro-ministro surgem na sequência do pedido de Timor de envio de elementos da GNR para o território.

Também o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirma que a questão de Timor-Leste deve continuara a ser tratada no âmbito das Nações Unidas, incluindo o eventual envio da GNR para o território.

Apesar das limitações orçamentais para acções de cooperação internacionais, o Estado português “será solidário com Timor-Leste”, disse ontem o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, aos jornalistas no final do Conselho de Ministros.

Segundo o ministro da Presidência, o Governo estaria “a considerar esse pedido no quadro de consultas no âmbito das Nações Unidas e com uma predisposição favorável, tendo em conta os laços de amizade que ligam não apenas os dois Estados, mas também os dois povos”.

Quarta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Carneiro Jacinto, anunciou que Portugal só vai enviar elementos da GNR para Timor-Leste no âmbito de uma força da ONU.

A GNR integrou a força internacional que manteve Timor-Leste, antiga colónia portuguesa, sob administração da ONU, depois do fim da ocupação indonésia em 1999 e até à independência do país em 2002.

Desde o dia 28 de Abril, Timor-Leste vive uma situação de instabilidade política. Aos protestosdos militares “peticionários” seguiu-se a fugaem massa da população da capital, Díli, para o interior do país, tendo tendo já os EUA decretado a evacuação dos seus diplomatas do território e a Áustrália aconselhado os seus cidadãos a saírem de Timor-Leste.

Inês Castanheira