De acordo com duas equipas de investigação independentes, uma norte-americana e outra europeia, o risco do aquecimento global é mais sério do que o apontado por estudos anteriores.

Os dados destas novas investigações são coincidentes e foram calculados a partir de registos históricos da temperatura global e dos níveis de emissão de CO2, cujos ritmos de crescimento permitem estimar os futuros aumentos de temperatura até ao fim deste século.

As pesquisas, segundo a BBC “online”, apontam para uma subavaliação do aumento da temperatura global na ordem dos 75% por parte de estudos anteriores. As medições de temperatura prévias às novas investigações apoiaram-se somente no estudo do impacto directo da subida do CO2 no efeito de estufa global, assim como em vários factores que amplificam o ritmo de aquecimento, como alterações na reflexão da luz do Sol pela Terra, devido ao degelo.

De acordo com os novos estudos, as emissões de dióxido de carbono por ecossistemas em conjunção com as resultantes de actividades humanas potenciam a subida da temperatura a um ritmo mais acelerado, o que poderá causar um aumento de 7,7 graus centígrados na temperatura média global, até ao fim deste século.

Os investigadores de ambas as equipas alertam, contudo, para os níveis de imprecisão dos estudos, até porque ainda não está claramente definido que o estudo do historial de temperaturas globais possa constituir matéria relevante para a predição de temperaturas futuras.

O nível de coincidência entre os dados das duas equipas independentes indicia, ainda assim, um conservadorismo substancial nas previsões climatéricas a longo prazo de estudos anteriores, incluindo o do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), que segundo a BBC se encontra em processo de revisão do seu último estudo climático global.

O IPCC foi estabelecido pela Organização Mundial Metereológica, que em Julho deste ano vai apresentar na Finlândia uma conferência sobre a adaptação à variabilidade climática.

André Sá
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