O presidente dos EUA, George W. Bush, considerou ontem, terça-feira, “arrojadas” as ideias do primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, para a separação entre o território de Israel e os Territórios Ocupados Palestinianos, referindo-se ao “plano de convergência” que pretende definir, unilateralmente, as fronteiras de Israel até 2010.

Apesar do elogio, o presidente norte-americano salientou que acredita que “um estatuto final negociado é o que melhor serve os israelitas, os palestinianos e a paz”, recusando-se assim a dar o seu apoio total a um plano unilateral.

Ainda assim, Bush, citado pela Associated Press, afirmou que as ideias de Olmert “podem levar a uma solução de dois Estados se não for aberto no futuro um caminho para o progresso do Roteiro para a Paz”.

Por seu lado, o negociador palestiniano Saeb Erekat, também citado pela AP, recusou aceitar outra opção que não a via da negociação. “O presidente Bush disse que a primeira opção é a negociação”, explicou Erekat, chegando mesmo a concluir que “não existe outra opção para além da negociação”.

Pela primeira vez Ehud Olmert referiu-se ao presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas, como “presidente” em vez de usar a expressão “chairman”, o que demonstra uma tentativa de tentar contornar o poder do governo palestiniano, controlado pelo Hamas.

Contudo, o primeiro-ministro israelita explicou que, caso o Hamas reconheça o direito à existência de Israel e abdique do recurso à violência, vai encontrar no Estado judaico “um parceiro disponível para a paz”. Mas reconheceu que Israel “não pode esperar indefinidamente que os palestinianos mudem”.

De acordo com o diário “Ha’aretz” “online”, citando a rádio do exército de Israel, Olmert está disposto a “procurar um parceiro palestiniano no espaço de seis a nove meses”, antes de implementar o seu plano unilateral.

Tiago Dias
Foto: Casa Branca