A 76ª Feira do Livro do Porto foi hoje inaugurada com a presença da ministra da Cultura, Isabel Pires Lima, do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, e do vice-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Francisco Madruga.

Apesar da insistência de Francisco Madruga, Rui Rio não voltou atrás na decisão de não subsidiar a Feira e explicou que é uma questão de “coerência”. O autarca justifica que “a Câmara apoia a Feira com os meios que tem, mas não apoia com subsídios a fundo perdido, por mais sérios que sejam”. No entanto, o presidente diz que o apoio da autarquia é inequívoco e manifesta a vontade de que para o ano a Feira se realize na baixa da cidade.

A ministra da Cultura afirmou que iniciativas como a Feira do Livro são “certames que é importante valorizar, pois, para muita gente, este é o único momento de comprar um livro”. Isabel Pires Lima sublinhou que cabe a quem trabalha na cultura “tentar transformar cada pessoa que é capaz de ler um livro num efectivo leitor”.

Considerando que só se dizem “lugares comuns” quando se fala em níveis de leitura, a ministra revelou que estão a ser realizados neste âmbito dois estudos. O primeiro, integrado no Plano Nacional da Leitura a ser divulgado a 1 de Junho, visa conhecer e dar a conhecer os hábitos de leitura dos portugueses. O segundo deverá centrar-se na importância do livro na economia portuguesa.

No final da cerimónia, a ministra referiu que a metade portuguesa (50 mil euros) do valor monetário de 100 mil euros do Prémio Camões recusado pelo escritor angolano Luandino Vieira ficará no gabinete das relações internacionais do Ministério da Cultura. A ministra disse ainda que o autor “recusou o prémio por razões de carácter pessoal e íntimo”.

Raquel Rego
Fotos: Rita Pinheiro Braga