O Presidente da República de Timor-Leste, Xanana Gusmão, anunciou hoje, quinta-feira, a decisão de retirar ao Governo timorense todas as competências da área da segurança.
“O Presidente da República, na qualidade de chefe de Estado e de comandante supremo das forças armadas, chamou a si todo o controlo da segurança do país”, disse o gabinete da presidência da república à Agência Lusa.
No entanto, Mari Alkatiri afirma que a declaração de Xanana Gusmão foi feita através da rádio de Timor-Leste, sem que tenha sido emitido um decreto presidencial nesse sentido. O primeiro-ministro pretende manter todas as suas competências na área da segurança interna do país e considera “inconstitucional” a intenção de Xanana de assumir o controlo das forças de segurança timorenses.
“Não quero contradição, mantenho todas as minhas competências mas estou totalmente disponível no sentido de cooperar com o Presidente da República em tudo”, afirmou à Antena 1. E acrescentou que a decisão do chefe de Estado foi tomada numa altura em que os dois responsáveis não se conseguiram contactar por telefone.
À TSF, Mari Akatiri disse que os confrontos registados nas últimas semanas no território são “uma tentativa de golpe contra o Governo” que fracassou.
As declarações surgem um dia depois de o Governo de Timor-Leste ter pedido ajuda militar internacional “urgente”, na sequência de um novo ataque liderado pelo major Alfredo Reinado ao quartel-general das Forças Armadas timorenses.
As autoridades timorenses solicitaram às Nações Unidas o envio de uma força internacional para estabilizar a situação no país depois do agravamento dos conflitos entre o exército timorense e os militares revoltosos.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou ontem que o Governo português vai responder “a curtíssimo prazo” ao pedido de envio de GNR feito a Portugal por “todos os órgãos de soberania” de Timor-Leste.