O segundo dia do SBSR trouxe ao Parque Tejo um número considerável de público, apesar de no outro lado da cidade estar a começar o Rock in Rio. O público, que foi lentamente compondo o recinto, vibrou com todas as bandas, que não comprometeram na sexta-feira, noite dedicada ao rock.

Os Primitive Reason subiram ao palco numa altura em que muita gente ainda estava a entrar. A temperatura ia alta mas os portugueses trouxeram ritmo a quem queria começar a noite de concertos com energia.

Com um público muito mais composto e expectante, os Alice in Chains fizeram a sua entrada em palco. Os fãs chegaram cedo para um concerto pelo qual esperavam há demasiado tempo. William Duval foi o substituto encontrado para Layne Staley. O vocalista não desiludiu e conquistou a empatia da audiência com momentos de um português esforçado. O concerto foi seguro e trouxe de novo os hinos da banda norte-americana às gargantas de muitos, que julgavam que este momento não era já possível. “Alice in Chains: born again” foi o slogan que os fãs portugueses trouxeram para o concerto e que resumiu a passagem da banda pelo Parque Tejo.

No alinhamento seguiam-se duas bandas repetentes no nosso país, e que quase podem dizer que tocam em casa. Os Deftones subiram ao palco para mais um concerto marcado pelo desprendimento de quem toca ao vivo por gosto. A banda de Chino Moreno revisitou o seu percurso discográfico num estilo muito característico que mistura o poderio musical com a emoção e foi, como sempre, muito bem recebida.

Os Placebo eram a banda mais desligada do contexto musical da noite mas resolveram tranquilamente a questão. Com a intuição de que a noite não lhes pertenceria, Brian Molko e companhia não quiseram deixar de fazer o que lhes competia. Apresentaram as músicas do novo álbum ao vivo, deixando os sucessos da banda para o final do concerto.

Os Tool (na foto) fizeram-se esperar, apesar de alguma impaciência do público. Quando finalmente entraram em palco, trouxeram um convite para uma combinação poderosa de música, imagem e misticismo. Maynard James Keenan e companhia não vieram dar mais um concerto – vieram quase que cumprir uma espécie de ritual único. Não há momentos altos, o concerto funciona como um todo. Pela atmosfera que criam, pela riqueza musical e criativa, uma actuação ao vivo dos Tool não deixa ninguém indiferente.

A não esquecer ainda as presenças nacionais no palco secundário. Foi um dia particularmente feliz no que toca a participação portuguesa com concertos cheios de energia. DaPunkSportif, If Lucy Fell, X-Wife e Vicious 5 fizeram a festa e foram, no geral, um óptimo aperitivo para os momentos que estavam a anteceder no palco principal.

O SBSR termina da melhor maneira o Acto I e deixa em aberto o Acto II agendado para os dias 7 e 8 de Junho, desta vez pensado para os fãs da pop e do hip-hop.

Sónia Santos
Foto: DR