A Câmara Municipal do Porto (CMP) aprovou ontem, terça-feira, em reunião privada do executivo, a passagem dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) a empresa municipal. A decisão foi chumbada apenas por Rui Sá, único vereador da CDU.

Entre os motivos para o voto contra do candidato da oposição figuram a não relevância para os consumidores da transformação do serviço em empresa. Para Rui Sá, o estudo de vialbilidade económica da nova empresa municipal institui “o que já se sabe há algum tempo: que do ponto de vista económico-financeiro os SMAS são viáveis, seja qual for o modelo organizativo”, disse ao JPN.

O vereador da CDU partilha de muitas das reivindicações dos sindicatos dos trabalhadores, nomeadamente no que diz respeito ao aumento dos tarifários.

Rui Sá concorda com o presidente da CMP, ao considerar que é importante reduzir a taxa de perdas de água, ressalvando que “a verdade é que no estudo está expresso que se prevê um aumento dos tarifários, designadamente ao nível do saneamento, que serão necessários independentemente do esforço para a redução nas perdas”.

Rui Sá levantou também na reunião do executivo a questão da abolição da taxa de pagamento do aluguer do contador de água, que para o vereador deturpa gravemente o estudo, já que implica para os SMAS “uma perda de cerca de 5 milhões de euros por ano, o que naturalmente deve ser tido em conta num estudo financeiro que se pretenda apropriado”.

A formalização da nova Empresa de Águas do Município do Porto está ainda sujeita a ratificação pela Assembleia da República, o que deverá decorrer no próximo dia 26 de Junho.

Texto e foto: André Sá