Vai ser uma partida escaldante, a primeira dos quartos-de-final do Campeonato do Mundo. Alemanha e Argentina vão-se encontrar depois de vencerem os seus jogos nos oitavos-de-final, numa reedição da final do Mundial de 1986 e 1990. As duas equipas tiveram tarefas diferentes hoje, sábado.

A Alemanha venceu, com relativa facilidade, a Suécia por 2-0. Os germânicos estão bem diferentes da equipa que preparou o Campeonato do Mundo. A “Mannschaft” está muito mais calibrada, com os jogadores motivados e não tem dado hipóteses aos adversários. A Suécia foi a última vitória do devastador ataque alemão. Só foram precisos 15 minutos para decidir a eliminatória. A Alemanha entrou no jogo a todo o vapor e marcou os dois golos nos minutos iniciais, com o “bis” do avançado Podolski. O triângulo alemão Ballack, Podolski e Klose fez a vida negra à defensiva sueca, tanto que, ao intervalo, os escandinavos só jogavam com dez, por expulsão de Lucic.

A Suécia tentou responder na segunda, mas sentiu grandes dificuldades para assentar o seu jogo, contando-se pelos dedos de uma mão os remates que os escandinavos efectuaram à baliza de Lehmann. Larsson ainda falhou um “penalty”, que podia ter mudado o rumo do jogo. Até ao fim, a Alemanha controlou a partida e é uma justa vencedora. A Suécia despede-se do Mundial e do seu avançado Henrik Larsson, que fez o último jogo ao serviço da selecção.

Argentina sua para vencer México

A outra partida dos oitavos-de-final agendada para sábado colocava frente a frente Argentina e México. Os argentinos vinham de uma fase de grupos onde mostraram toda a sua superioridade, enquanto os mexicanos tinham estado no grupo de Portugal, com uma passagem não tão exuberante. Quem pensava que a selecção “azul-celeste” iria vencer com facilidade, enganou-se.

Até foi o México a adiantar-se no marcador. Logo aos seis minutos, o capitão Rafael Marquez pôs os centro-americanos em vantagem. Não tivesse a Argentina respondido tão cedo e o rumo do jogo talvez fosse outro. Crespo restabeleceu a igualdade cinco minutos depois, com uma pequena ajuda do mexicano Borgetti.

A partir daí, os argentinos tomaram conta do argumento, mas nunca criaram verdadeiro perigo à baliza de Oswaldo Sanchez. O México defendeu sempre muito bem e apostava no contra-ataque, esperando pelas grandes penalidades ou por um golpe de sorte.

Mas esse mesmo golpe de sorte acabou por surgir para a Argentina, já no prolongamento. Maxi Rodriguez subiu até à área contrária e resolveu rematar. Mal sabia o argentino que faria um tremendo golaço que abalaria os alicerces da defensiva mexicana e levaria a Argentina aos quartos-de-final. Foi ao minuto 108 que Rodriguez construiu uma das mais belas obras-primas deste Mundial. Os argentinos seguem assim em frente e vão defrontar a anfitriã Alemanha na próxima fase.

David Pinto
Foto: FIFA