Foi um jogo de nervos o Portugal-Holanda dos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo. No primeiro encontro “mata-mata” da selecção lusa só faltou arrancar olhos. A equipa das quinas venceu por 1-0 e sofreu a bom sofrer para garantir o resultado e a passagem aos quartos-de-final, onde vai defrontar a Inglaterra, curiosamente outra ex-adversária no Euro 2004. É que para além de ter de se bater com a poderosa selecção dos Países Baixos, Portugal teve de “enfrentar” o árbitro Valentin Ivanov.

Com vantagem nos confrontos com a Holanda (nove vitórias lusas contra uma “laranja”), a selecção entrou no jogo com vontade de marcar cedo. Sempre com mais iniciativa atacante que os holandeses, a nossa selecção ia aproveitando o nervosismo “laranja” para se adiantar no terreno. Essa vantagem deu o golo a Portugal aos 22 minutos. Outra vez Deco a fazer magia, com a ajuda de Cristiano Ronaldo e Pauleta a assistir Maniche que, com um grande remate sem hipóteses para Van der Sar, fez o golo. Estava feito o primeiro e último tento da partida e Maniche voltava a marcar aos holandeses.

A partir daí começaram as adversidades. Cristiano Ronaldo saiu lesionado, após falta dura de Boulahhrouz, e Costinha acaba expulso antes do intervalo (uma infantilidade do médio português, ao cortar com a mão um lance inofensivo, a meio campo). Na segunda parte, Portugal quis defender o resultado, apostando no contra-ataque e até estava a conseguir suprimir as investidas holandesas.

Até Valentin Ivanov entrar em cena. O árbitro russo mostrou ao longo dos 90 minutos dezasseis cartões amarelos, a maioria para o lado português, e quatro vermelhos. Ivanov nunca foi capaz de segurar o ímpeto dos jogadores, naturalmente nervosos num jogo a eliminar e cometeu erros crassos. Expulsou Deco por uma ninharia e deixou passar faltas claras dos holandeses.

Os minutos finais foram de grande emoção, com Portugal a defender com unhas e dentes a vantagem. A Holanda nunca foi capaz de ultrapassar a ansiedade e não conseguiu torcer a defensiva portuguesa, onde Ricardo Carvalho foi de novo imperial. O guarda-redes Ricardo também fez um punhado de boas defesas que seguraram um 1-0 e o bilhete para os quartos-de-final.

David Pinto
Foto: UEFA