Mais uma vez, o árbitro foi figura de proa numa partida dos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo. Depois do polémico Valentin Ivanov no Portugal-Holanda, foi a vez de Medina Cantalejo querer ser o protagonista no Itália-Austrália. A “Squadra Azzura” venceu por 1-0, após o juiz espanhol ter assinalado uma grande penalidade duvidosa já em tempo de compensação. Totti converteu o “penalty” que leva os italianos até aos quartos-de-final.

Até ao lance decisivo da grande penalidade, o jogo foi parco em oportunidades de golo. Curiosamente, foram sempre os australianos que tiveram a iniciativa de ataque e a Itália apostava antes no contra-ataque ou nos passes longos para o gigante Luca Toni. No entanto, nem uma nem outra selecção criou especial perigo. Foi um encontro muito táctico e maçudo, algo que já se torna característico neste Mundial, com as equipas a não se quererem expor para não sofrer golos.

Medina Cantanejo foi mesmo o elemento com maior destaque na partida. Antes do “penalty”, o juiz da partida ainda teve tempo para expulsar indevidamente Marco Materazzi, o que até não foi tão prejudicial para os italianos, visto a Austrália não aproveitar o facto para atacar mais.

O árbitro acabou por “compensar” com a grande penalidade que deu a vitória à Itália. O defesa Grosso entrou na área adversária, atirou-se para o chão e enganou Cantanejo. O cinismo italiano fazia outra vez das suas e, quando já todos pensavam no prolongamento, Totti marcava o golo da vitória, para desespero dos australianos.

Os “socceroos”, de Guus Hiddink, despedem-se assim de forma cruel do Mundial onde chegaram a ser surpresa. O seleccionador de nacionalidade holandesa não conseguiu voltar a desfeitear os italianos, como havia feito em 2002 com a Coreia do Sul.

David Pinto
Foto: FIFA