O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, anunciou hoje, quarta-feira, em conferência de imprensa, que vai propor a transferência da gestão do Teatro Rivoli e do Pavilhão Rosa Mota para privados. A proposta, que mantém os edifícios na posse da autarquia, será apresentada na terça-feira, na reunião do executivo camarário.

Relativamente ao Teatro Rivoli, o autarca disse que foram transferidos pela câmara, no seu anterior mandato, 10,9 milhões de euros. Os ganhos de bilheteira terão representado 6% da sua receita global. Juntando a esta soma o dinheiro canalizado para o Teatro do Campo Alegre, o executivo municipal terá transferido para as duas instituições cerca de 13,5 milhões de euros.

O objectivo do novo modelo de gestão é reduzir dos actuais 2,5 milhões de euros anuais para cerca de 200 a 300 mil euros de despesas. Rui Rio adiantou que vai propôr às companhias de teatro portuguesas que assumam a gestão do Rivoli. Até final de Setembro, a Câmara recebe propostas e até ao fim de Outubro apresentará a seleccionada.

O protocolo assinado com a companhia eleita valerá por quatro anos, cedendo-lhe os auditórios grande e pequeno e os equipamentos técnicos. Em troca, a autarquia recebe 5% dos ganhos da bilheteira e as receitas da cafetaria e do café-concerto, assumindo a limpeza do edifício e o pagamento da água e da luz.

A companhia terá de comprometer-se a fazer “pelo menos” 300 dias de espectáculo por ano, “deve dar preferência a actores do Porto e a trabalhadores da Culturporto”, oferecer dois espectáculos anuais às instituições da Câmara e dar 2.500 bilhetes às escolas do ensino básico da cidade, disse Rio, citado pela Agência Lusa.

No Pavilhão Rosa Mota, Rui Rio quer um modelo de parceria público-privada ou de gestão total por privados. O protocolo será de maior duração, já que são necessárias obras no edifício, orçadas pela Câmara em pelo menos cinco milhões de euros.

A proposta a apresentar na reunião camarária, na terça-feira, passa pela adjudicação à Parque Expo de um estudo de mercado para saber como se pode adequar a actividade do pavilhão às necessidades do Porto.

Carina Branco
Foto: Pedro Rios/Arquivo JPN