Os sorrisos são terapêuticos em pessoas depressivas, de acordo com o estudo realizado pelo professor da Universidade Fernando Pessoa, Armindo Freitas-Magalhães e pelo investigador Érico Castro, do Laboratório de Expressão Facial da Emoção, da mesma universidade.

Segundo as conclusões do trabalho, os sorrisos “largo” (quando os lábios deixam ver os dentes) e o “superior” (que mostra apenas os dentes de cima) são os de maior efeito terapêutico.

“A visualização dos sorrisos largo e superior influencia a auto-percepção do seu estado de saúde mental”, explicou ao JPN o investigador Érico Castro.

As observações reforçam que “os depressivos valorizam, em crescendo, os pensamentos positivos, em detrimento dos pensamentos negativos”. O que acontece devido aos dois tipos de sorriso se aproximarem da construção da felicidade. “O bem-estar mental é reforçado com o estímulo da expressão facial mais positiva”, conclui Érico Castro.

Sorrisos femininos são os mais terapêuticos

A investigação mostra que os sorrisos com maior efeito terapêutico na depressão são os femininos, porque as mulheres “são mais afectivas e comunicam melhor as emoções”.

Foram também constatados efeitos terapêuticos do sorriso em função da idade, com índices de melhoria do estado de saúde mental na faixa etária dos 45 aos 60 anos, em comparação com o grupo dos 25 aos 44 anos.

Érico Castro explica que quanto mais se avança na idade, “mais se nota a influência do sorriso, porque as pessoas estão mais vulneráveis à emotividade e à labilidade afectiva”, sustenta o investigador.

O trabalho foi realizado entre 2003 e 2006, baseando-se numa amostra de 160 indivíduos diagnosticados como depressivos (80 homens e 80 mulheres), com idades entre 25 e 60 anos.

Os resultados da investigação vão ser apresentados em Janeiro de 2007, na reunião anual da Sociedade para a Personalidade e a Psicologia Social em Memphis, Tennessee, nos EUA, mas Érico Castro crê que “há quase tudo por estudar sobre o sorriso”.